Rony e Marinho talvez sejam, hoje, os dois principais jogadores brasileiros em atividade no país - e cotados para o prêmio 'Rei da América', concedido ao melhor atleta do futebol sul-americano na temporada. Destaques de Palmeiras e Santos, respectivamente, eles estarão em campo no próximo dia 30, às 17h, na decisão da Copa Libertadores. A partida será realizada no Maracanã, no Rio de Janeiro.
Além de características técnicas, eles têm outra semelhança - essa relacionada à carreira. Tanto Marinho como Rony foram descartados pelo Cruzeiro após pedidos do então técnico Mano Menezes. Em análise feita na época, o treinador gaúcho entendeu que nenhum dos dois poderia colaborar com o time celeste.
Marinho chegou ao Cruzeiro em junho de 2015, indicado por Vanderlei Luxemburgo. O treinador, no entanto, deixou a Toca da Raposa II em 31 de agosto, após sequência de resultados negativos. Com a contratação de Mano, Marinho foi 'encostado'. Sem oportunidades, ele se transferiu para o Vitória no início de 2016, dias após o técnico trocar a Raposa pelo futebol chinês. No clube celeste, foram 12 jogos - oito como titular - e um gol marcado.
Em entrevista concedida em maio do ano passado, o atacante disparou contra Mano Menezes. “É um cara que não tenho vontade nenhuma de trabalhar e foi o pior treinador que já peguei, não porque eu não jogava, mas pelo fato de não respeitar o atleta como merece (...) Talvez o pior treinador que eu já peguei foi esse”, disse o jogador ao ‘Desimpedidos’.
Rony tem história muito parecida. O jogador chegou ao Cruzeiro em abril de 2015, para as categorias de base, após bons jogos pelo Remo. Ele teve um momento como titular da equipe sub-20. Acabou emprestado ao Náutico, em 2016, para ter a experiência de disputar uma Série B. Na equipe profissional evoluiu os fundamentos, especialmente com trabalhos específicos de finalização orientados pelo ex-atacante Kuki, que integra a comissão técnica fixa do Timbu.
Depois de se destacar pelo Timbu - 51 jogos e 14 gols -, Rony retornou ao Cruzeiro. Então vice-presidente de futebol, Bruno Vicintin tentou convencer Mano Menezes de dar uma oportunidade ao atacante. Ao lado do então coordenador técnico da base, Emerson Ávila, o dirigente se reuniu mais de uma vez com a comissão do treinador, mas ouviu que o jogador “não tinha tamanho” para vestir a camisa celeste.
Sem espaço, Rony chegou a treinar separadamente na Toca da Raposa II. Em dezembro de 2016, foi vendido ao Albirex Niigata, do Japão, por cerca de R$ 4,4 milhões. Ele deixou o Cruzeiro sem ter tido sequer uma oportunidade na equipe profissional.
A reportagem tentou contato com Mano Menezes, mas obteve sucesso. O treinador está sem clube desde que deixou o Bahia, há cerca de um mês.