O Cruzeiro divulgou, nesta terça-feira, mais um balancete trimestral de 2020, com números que compreendem de janeiro a setembro do ano passado. O documento, publicado no site oficial do clube, aponta que o período teve resultado negativo de R$ 343 milhões. Assim, a dívida total da Raposa já ultrapassa R$ 1 bilhão.
Assinado pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues e pelo diretor de controladoria e finanças, Matheus Rocha, o balancete apresenta ainda comentários dos resultados obtidos no trimestre. O Cruzeiro detalhou os 'principais efeitos' para os números negativos da seguinte forma:
- R$ 111 milhões como provisões para contingências;
- R$ 52 milhões como variação cambial negativa, por conta dos passivos em moeda estrangeira e a desvalorização do real no período;
- R$ 43 milhões de custo líquido de liberação de atletas;
- R$ 18 milhões de custo de amortização atletas profissionais;
- R$ 11 milhões com atualização de parcelamentos;
- R$ 11 milhões de custo de acordos/indenizações de processos judiciais;
- R$ 15 milhões de impairment de atletas (deterioração na tradução literal)
As receitas, aponta o balancete, tiveram queda de R$ 153 milhões em 2020, se comparado ao mesmo período do ano anterior (janeiro a setembro de 2019). A perda com relação aos direitos de televisão foi a mais expressiva: de cerca de R$ 77 milhões para cerca de R$ 22 milhões.
De acordo com o clube, por outro lado, o dinheiro arrecadado por meio de patrocínios saltou de cerca de R$ 18 milhões, em setembro de 2019, para R$ 22 milhões em setembro de 2020.
Outras receitas apresentadas no período que compreende o trimestre de julho a setembro do ano passado foram o programa de sócio-torcedor, que rendeu aos cofres do clube R$ 5 milhões, e a Operação Fifa, iniciada ainda em julho, que deu retorno aproximado de R$ 940 mil.
“Em nove meses do ano 2020, houve três efeitos principais que impactaram diretamente na performance econômica do clube. Efeito reflexo da má gestão conduzida durante os anos 2018-2019; efeitos da pandemia e redução das receitas de publicidade e televisão”, justificou o Cruzeiro no documento.
Por fim, o clube ressaltou iniciativas que buscam melhorar sua saúde financeira, muito prejudicada especialmente após a gestão caótica do ex-presidente Wagner Pires de Sá.
“O Cruzeiro está trabalhando para melhorar os índices de liquidez, reduzindo o passivo circulante e alongando dívidas. Observa-se redução em R$ 11,1 milhões do passivo circulante em comparação a 31/12/2019, em contrapartida aumento no passivo não circulante”, diz.
O Cruzeiro fez acordo significativo com a PGFN – Procuradoria Geral da Fazenda Nacional em outubro/2020, os valores ainda serão contemplados na publicação do balanço seguinte”, relembrou o clube.
O Cruzeiro fez acordo significativo com a PGFN – Procuradoria Geral da Fazenda Nacional em outubro/2020, os valores ainda serão contemplados na publicação do balanço seguinte”, relembrou o clube.