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Folha salarial do Cruzeiro diminui, mas supera a de 12 times da Série A

Levantamento de perfil especializado leva em conta valores pagos em CLT

Redação
Jogadores do Cruzeiro durante treinamento - Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro
Entre outubro de 2019 e janeiro de 2021, o Cruzeiro reduziu drasticamente a folha salarial do elenco. Mesmo assim, os valores atualmente investidos pelo clube celeste, que faz vexatória campanha na Série B, são superiores a 12 participantes da Série A do Campeonato Brasileiro.



Em outubro de 2019 - período marcante do calvário celeste rumo ao rebaixamento -, a folha salarial mensal do Cruzeiro era de R$ 7,6 milhões. Os valores caíram para menos da metade e atualmente totalizam aproximadamente R$ 3,6 milhões.

Os dados foram revelados pelo BR Contracts, perfil especializado em scout e gerenciamento com base em jogadores profissionais, e levam em consideração apenas valores pagos em CLT. A parcela salarial advinda de direitos de imagem e outros bônus, por exemplo, não está incluída na conta.

Na CLT, a folha salarial do Cruzeiro é maior que as seguintes 12 equipes da Série A: Fluminense, Vasco, Botafogo, Ceará, Athletico-PR, Atlético-GO, Red Bull Bragantino, Fortaleza, Sport, Bahia, Goiás e Coritiba.



Apenas oito times da elite do futebol nacional pagam mais em CLT: Palmeiras, Santos, Corinthians, São Paulo, Flamengo, Atlético, Internacional e Grêmio.

Na Série B, o Cruzeiro tem a maior folha salarial na CLT. Os R$ 3,6 milhões mensais são quase o triplo do que é pago pela Chapecoense, vice-líder no quesito (e também na tabela de classificação).

Em campo, o investimento não tem dado resultado. Após 32 rodadas, o Cruzeiro é apenas o 13º colocado, com 41 pontos.

5 metas do Cruzeiro para 2021

SUBIR À SÉRIE A - mesmo com a perda de seis pontos na Série B - punição aplicada pela Fifa por causa de dívida de R$5 milhões -, o Cruzeiro deveria ter cumprido a missão de regressar à elite nacional já em 2020, sobretudo por ter uma folha salarial de cinco a dez vezes superior aos demais participantes da competição. No entanto, a equipe jamais esteve no G4 e demonstrou dificuldades de se impor diante de adversários que adotaram postura defensiva. Em 2021, a volta à primeira divisão precisa ser confirmada, já que as dívidas em curto prazo só serão pagas mediante aumento de receitas. - Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
RENEGOCIAR AS REMUNERAÇÕES - em 2020, o Cruzeiro repactuou os salários de alguns jogadores do elenco dentro de um teto de R$ 150 mil, casos do goleiro Fábio, dos zagueiros Manoel e Léo, do volante Henrique e do atacante Sassá. A expectativa da direção era pagar a diferença em 20 parcelas a partir de abril de 2021. Porém, a iminente permanência do clube na Série B inviabiliza o cumprimento desse acordo, e a diretoria terá de apresentar nova solução a esses atletas. - Gustavo Aleixo/Cruzeiro
REVELAR BONS JOGADORES - as categorias de base podem servir de alternativa à dificuldade de contratar, além de proporcionar receita em negociações. A comercialização de direitos econômicos em 2020 ajudou o Cruzeiro a colocar algumas folhas salariais em dia. A diretoria vendeu o zagueiro Edu ao Athletico-PR, por R$ 2,5 milhões; o meia Maurício ao Internacional, por R$ 1,2 milhão (mais os direitos econômicos de William Pottker); e o atacante Caio Rosa ao Sharjah FC, dos Emirados Árabes Unidos, por R$ 3,3 milhões. O clube ainda manteve participação no passe desses atletas para lucrar em uma transferência futura. - Gustavo Aleixo/Cruzeiro
ENCONTRAR UM GOLEADOR - a má campanha do Cruzeiro em 2020 passa também pela ausência de um artilheiro. Principal reforço no início do ano, Marcelo Moreno decepcionou os torcedores ao marcar apenas três gols em 29 jogos até o momento. Sassá, por sua vez, ficou em branco nas dez partidas que disputou. Um dos goleadores celestes em 2020, pasmem, é o zagueiro Manoel, com cinco tentos em 21 apresentações. O atacante Rafael Sobis, que retornou à Toca há menos de dois meses, também fez cinco gols (10 jogos). - Juarez Rodrigues/EM/D.A Press 01/03/2020
REDUZIR DÍVIDAS - se no gramado as coisas não funcionaram como a torcida esperava, fora das quatro linhas a diretoria conseguiu ajustar algumas situações. O débito de R$ 334,1 milhões com a União que acarretava em bloqueios judiciais foi reduzido para cerca de R$ 182 milhões, e o Cruzeiro ganhou prazo de 12 anos para abater esse montante. Na esfera trabalhista, houve acordo com os jogadores Fred e Dodô, que vão receber R$ 25 milhões e R$ 15 milhões, respectivamente, em cinco anos contados a partir de janeiro de 2022. Apesar do respiro financeiro, o passivo total da instituição ainda é elevado, na casa de R$ 750 milhões. - Igor Sales/Cruzeiro