Pelo contexto dentro e fora dos gramados nos últimos dois anos, é visível que o Cruzeiro vai comemorará seu centenário no sábado da pior forma possível. Um time que praticamente pôs fim às chances de voltar à Série A, em queda de rendimento e sem confiança ajudam a compor um cenário cada vez mais preocupante, tendo em vista que o clube tem o maior orçamento da Segunda Divisão nacional.
O empate sem gols com o Cuiabá, no Independência, foi mais uma mostra do caos que o clube se encontra e não consegue sair. Em 90 minutos, o time visitante se limitou a se defender, investindo timidamente nos contra-ataques. Prova disso é que o Cruzeiro sustentou larga vantagem na posse de bola (chegou a 70% na maior parte do jogo). Mas a equipe não construiu e nem finalizou. E quase çevou um gol no primeiro tempo em erro na saída de bola - Manoel praticamente salvou na linha do gol.
A maior dificuldade celeste tem sido nos confrontos em casa, onde a equipe obteve cinco vitórias, seis empates e cinco derrotas na competição. Para quem buscava o acesso, perder tantos pontos como mandante é praticamente um suicídio num campeonato tão equilibrado. Nas quatro últimas rodadas, a Raposa conquistou apenas três pontos.
E o pior é que não há solução a curto prazo. Enquanto a diretoria tenta resolver os problemas financeiros, o time se encontra cada vez em baixo astral por causa dos fracassos na temporada, a começar pela eliminação ainda na fase inicial do Campeonato Mineiro e pelo fracasso na terceira fase da Copa do Brasil diante do CRB.
Há muito trabalho pela frente no próximo ano para que o clube seja novamente vencedor. O trabalho deve ser de união, com contribuição de dirigentes, jogadores e comissão técnica - e, principalmente, com o apoio do torcedor. Só desta forma o clube abandona esse rótulo negativo que o atingiu nos últimos anos e passa a mirar somente voos maiores. Seria muito triste um clube com tanta expressão no cenário nacional perder força por causa de administrações fracassadas fora dos gramados.