O aproveitamento do técnico Luiz Felipe Scolari nesta volta ao Cruzeiro é de 66,6% em 13 jogos, superior ao do vice-líder da Série B do Campeonato Brasileiro, o América (63,1%, e quase igual ao da líder Chapecoense (67,9%), que têm um jogo a menos. O problema é que antes da chegada do gaúcho o time celeste estava na penúltima posição e depois da chegada dele os resultados são bons, mas o futebol, não.
Diante do CSA, o time mais uma vez sofreu bastante para construir jogadas ofensivas, até por ter entrado em campo sem nenhum armador entre os titulares. A falta de criatividade ficou clara na dificuldade em penetrar na defesa adversária e nos inúmeros – e infrutíferos – chutes de fora da área.
A melhora na volta do intervalo, com a entrada de Giovanni, não foi coincidência. O time ressente-se dessa qualidade para levar a bola até o ataque, muitas vezes suprida pelo bom aproveitamento em cobranças de faltas e escanteios.
Usar três volantes era justificável quando meio-campistas como Régis não correspondiam. Tendo Giovanni, não faz sentido atuar apenas com marcadores no meio-campo, exigindo que Rafael Sóbis seja armador e atacante, arme e finalize, esteja em várias partes do campo ao mesmo tempo.
A guerra ainda não está perdida e o Cruzeiro segue com chances matemáticas de voltar à elite do futebol nacional. Mas não será cruzando bolas na área que isso ocorrerá. Para um clube com tanta tradição de jogar com a bola de pé em pé, é muito pouco, ainda que a situação esteja muito longe dos melhores dias, tanto técnica quanto financeiramente.