Ex-superintendente de relações institucionais e governamentais do Cruzeiro, Léo Portela fez graves acusações sobre um possível 'esquema pesado de desvio, de roubo, de material esportivo' dentro do clube. A revelação foi feita em entrevista ao canal 'Somos Gigantes', no Youtube, na noite dessa terça-feira.
Portela chegou a responsabilizar o supervisor administrativo Benecy Queiroz, que teria a incubência sobre o setor no qual se originou o desvio. O Superesportes entrou em contato com Benecy para comentar o caso. Ele não quis falar e pediu para que a assessoria de imprensa do clube fosse procurada. Nesta quarta-feira, o presidente Sérgio Santos Rodrigues disse que não há provas que sustentem as acusações de Léo Portela.
O ex-dirigente afirmou: "Vi muita coisa errada e vou revelar em primeira mão algo que estava acontecendo. Eu estava participando da investigação de um esquema de escoamento de material esportivo, desvio de material esportivo dentro do Cruzeiro. Eu estava participando desta investigação junto com o Miltão da segurança. Nós conseguimos na investigação deste esquema chegar até o cabeça. Nós conseguimos traçar o passo a passo do escoamento do material esportivo, do prejuízo do Cruzeiro, da máfia que existe no sentido de comercialização de material esportivo dentro do clube".
"Tudo isso estava sob a minha responsabilidade. Quando nós encontramos ali um nexo causal que chegava às portas do Benecy, isso foi tirado de mim. Essa investigação foi tirada de minha responsabilidade. Posteriormente, o Milton saiu do clube. Isso me trouxe um descontentamento, uma revolta muito grande. Nós enxergamos claramente e com toda a materialidade possível um esquema pesado de desvio, de roubo, de material esportivo e chegava até a responsabilidade de Benecy. No mínimo, haveria a chamada 'culpa in vigilando', que é a culpa do Benecy por ele não ter vigiado da maneira correta algo que estava sob sua responsabilidade", acrescentou Portela.
O ex-dirigente afirmou que, depois de encontrada a possível ligação de Benecy, a investigação foi retirada da sua responsabilidade. "Estranhamente quando nós conseguimos traçar esse nexo causal tudo foi retirado da minha mão e, posteriormente, o Miltão foi mandado embora. Então, na hora que a gente pode esclarecer algo que estava no mínimo estranho, as pessoas responsáveis não participam mais da investigação? Que coisa estranha. Isso me trouxe um descontentamento muito grande".
O ex-dirigente afirmou que, depois de encontrada a possível ligação de Benecy, a investigação foi retirada da sua responsabilidade. "Estranhamente quando nós conseguimos traçar esse nexo causal tudo foi retirado da minha mão e, posteriormente, o Miltão foi mandado embora. Então, na hora que a gente pode esclarecer algo que estava no mínimo estranho, as pessoas responsáveis não participam mais da investigação? Que coisa estranha. Isso me trouxe um descontentamento muito grande".
Resposta do Cruzeiro
Em entrevista à Rádio 98FM nesta quarta, o presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, disse não haver provas que sustentem as acusações de Léo Portela.
"Quando a gente chegou aqui em primeiro de junho, houve uma denúncia. Todo dia chega uma denúncia. Desvia isso, ganha dinheiro nisso... Nós criamos ouvidoria para isso, compliance, e a gente vai fundo nisso. Eu falei: 'Léo, que denúncia é essa?'. 'Ah, tem um cara aqui que compra material de funcionário do Cruzeiro'. Vamos fazer um contraponto sem saber quem era. Todos os funcionários do Cruzeiro ganham material. Ele pode vender o material dele. São cotas dadas à diretoria. Se você sair aqui e vender o seu, é problema seu. Está vendendo o que lhe é de direito. Se for só isso, é muito fraco. Acho que você tem que buscar, ir à Polícia, ver se alguém depõe, grava um vídeo dele comprando. Ele tinha simplesmente um cara que falou que comprava, com um print que supostamente um funcionário do Cruzeiro estaria oferecendo. Não tinha prova nenhuma", afirmou o presidente do Cruzeiro.
Mensagem de torcedor vendendo camisas do clube em grupo de Whatsapp - Foto:
"Quando a gente chegou aqui em primeiro de junho, houve uma denúncia. Todo dia chega uma denúncia. Desvia isso, ganha dinheiro nisso... Nós criamos ouvidoria para isso, compliance, e a gente vai fundo nisso. Eu falei: 'Léo, que denúncia é essa?'. 'Ah, tem um cara aqui que compra material de funcionário do Cruzeiro'. Vamos fazer um contraponto sem saber quem era. Todos os funcionários do Cruzeiro ganham material. Ele pode vender o material dele. São cotas dadas à diretoria. Se você sair aqui e vender o seu, é problema seu. Está vendendo o que lhe é de direito. Se for só isso, é muito fraco. Acho que você tem que buscar, ir à Polícia, ver se alguém depõe, grava um vídeo dele comprando. Ele tinha simplesmente um cara que falou que comprava, com um print que supostamente um funcionário do Cruzeiro estaria oferecendo. Não tinha prova nenhuma", afirmou o presidente do Cruzeiro.
Reclamações
Na semana passada, o Superesportes recebeu reclamações de torcedores do Cruzeiro que participam de um grupo de Whatsapp dedicado ao clube sobre a ação de uma pessoa que vende material esportivo a preço inferior ao de mercado.
Em mensagem enviada a este grupo de cruzeirenses, este suposto torcedor com acesso à Toca da Raposa diz que "todo mês consegue pegar" as camisas no clube. A reportagem fez contato com ele, que disse obter o material com jogadores, de quem seria amigo, mas não quis dar mais detalhes.