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OPINIÃO

Análise: Oscilação e campanha inexpressiva em casa fazem Cruzeiro perder potência na Série B

Time mineiro deixa de vencer pela terceira vez consecutiva no Gigante da Pampulha

Roger Dias
Rafael Sobis foi um dos reforços que o Cruzeiro trouxe para dar qualidade à equipe - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Pode ser até estranho imaginar e aceitar que o Cruzeiro que venceu de forma brilhante a Chapecoense, fora de casa, foi o mesmo que facilmente entregou os pontos contra o Confiança, no Mineirão. Mas é justamente a inconstância e a oscilação que marca a campanha celeste na difícil Série B do Campeonato Brasileiro. Na primeira derrota desde a chegada do badalado técnico Luiz Felipe Scolari, a Raposa não fez por merecer aquilo que se esperava dela: um time organizado e com vibração em casa, justamente algo que vem se tornando o calcanhar de Aquiles da equipe. 


 
 
É até surpreendente que o Cruzeiro não tenha ainda assimilado a forma de jogar a Segunda Divisão nacional em plena 24ª rodada. Diante de um equilíbrio que marca a disputa entre as 20 equipes de orçamentos parecidos, é inegável que tropeçar em casa seguidamente se torna um prejuízo enorme. Por isso, as dificuldades vão se aumentando, levando o torcedor a um certo desespero e a uma desconfiança de forma precoce.

Com a derrota para o Confiança, a Raposa chegou ao nono jogo não consecutivo sem vencer em seus domínios na competição . O aproveitamento é de apenas 41% - foram quatro vitórias, cinco empates e quatro derrotas. O último triunfo no Gigante da Pampulha foi há quase um mês, em 30 de outubro, nos 2 a 0 contra o Paraná.  

Felipão certamente deu nova dinâmica à equipe, que se posiciona melhor e ataca em blocos com melhor qualidade. Mas, como é natural um trabalho em fase inicial, há muitos pontos a serem acertados. Um deles é a recomposição pelas laterais. O outro, que já vinha ocorrendo frequentemente com Adilson Batista, Enderson Moreira e Ney Franco, é o desperdício nas finalizações.

Daqui até o fim da Série B, a equipe vai precisar mostrar sua força para tentar a façanha de chegar ao grupo dos quatro primeiros colocados. Hoje a realidade é bem menos ambiciosa e até assustadores: garantir a equipe na Série B no ano do centenário do clube. A diretoria trouxe reforços interessantes, como os atacantes William Potteker e Rafael Sobis, mas o time titular não teve um lastro.


 
Felipão vai precisar correr contra o tempo, criar novas estratégias e aproveitar cada treino para melhorar a postura coletiva da equipe, que ainda não deu sustos aos seus concorrentes na Segunda Divisão nacional.