O Cruzeiro não fez um jogo brilhante diante do Guarani, nesta segunda-feira, no Mineirão, pela 21ª rodada da Série B. No entanto, o time não deixou de lutar em nenhum momento e foi premiado com o gol do empate por 3 a 3, mesmo com um a menos em campo. O técnico Luiz Felipe Scolari elogiou o espírito de luta da equipe por não desistir de tentar evitar a derrota.
“O espírito de luta, a vontade, a determinação, a busca pelo resultado, não se entregaram. O que quero elogiar é que, com dez jogadores, passamos a jogar bem, melhor do que com 11. Tivemos a supremacia do jogo quando empatamos, tivemos hombridade e vontade para conseguir esse empate, que era importante para nós. No final, não veio a vitória como a gente queria. Mas, nessas circunstâncias, foi bom”, disse.
A circunstância citada por Felipão foi a expulsão do atacante William Pottker, autor de um gol no Mineirão. O jogador levou o cartão vermelho aos 11 minutos da etapa final, quando o Cruzeiro perdia por 3 a 2. A equipe seguiu lutando e conseguiu evitar o revés no Gigante da Pampulha.
O treinador, inclusive, reclamou da expulsão do atacante e acredita que, com o auxílio do árbitro de vídeo (não há VAR na Série B), o lance seria revisto e a decisão seria alterada.
“Se houvesse o VAR, tenho certeza que a expulsão não teria ocorrido. Vimos que, quando ele domina a bola, ele gira para partir para o ataque. E ele não pode girar com os braços colados ao corpo. Mas é uma situação que a arbitragem entende de uma forma, alguns entendem de uma forma e outros de outra. Isso vai ser sempre assim, vão existir as interpretações. Mas o que existe também é o quarto árbitro e o bandeira para ajudar, mas um olha para o outro e não sabem o que dizer. Mas fica essa situação”, completou.
Elogios ao adversário
Não foi só o Cruzeiro que recebeu elogios de Felipão. O treinador aproveitou para exaltar a grande partida feita pelo Guarani, que mostrou muita movimentação no setor ofensivo e confundiu a marcação celeste em boa parte do confronto. Além de ficar por três vezes à frente do placar, o Bugre contabilizou 56% de posse de bola e finalizou 20 vezes, contra 17 dos donos da casa. O goleiro Fábio, que sofreu gols de Murilo Rangel (2) e Pablo, precisou trabalhar bem para defender as tentativas de Giovanny e Bruno Sávio.
Para Felipão, o lado esquerdo da defesa do Cruzeiro ficou bastante vulnerável porque o Guarani concentrou os seus ataques por ali, explorando as costas de Patrick Brey. O lateral vacilou no segundo gol, aos 38min do primeiro tempo, quando Pablo apareceu livre de marcação na grande área e cabeceou no contrapé de Fábio. Com dribles e movimentação, o armador Lucas Crispim e o atacante Bruno Sávio também deram bastante trabalho aos defensores da Raposa.
“Eles (jogadores do Cruzeiro) tiveram problemas na movimentação, principalmente no meio e ataque do Guarani, porque o Guarani usou um jogador na posição de ‘9’, que não é um ‘9’. Ele saía, juntava-se no lado direito com mais um jogador para cima do Patrick Brey. Eles tiveram o domínio do jogo, criaram oportunidades. Um bom trabalho do Guarani, uma boa equipe, bem desenvolvida no meio e no ataque. O Guarani jogou uma partida espetacular”, disse Felipão, que também enxergou bom jogo do Cruzeiro.
“Mas o Cruzeiro também fez uma partida muito boa, foi buscar o resultado três vezes, a última com um jogador a menos. E tivemos ainda algumas chances para virar o jogo. Foi um grande jogo do Guarani. Da nossa parte, o que existiu, foi a vontade, a luta, a entrega. Conseguimos um empate, que nos dá uma chance para seguir trabalhando e sair da confusão que estamos”, concluiu.
Com o empate por 3 a 3 diante do Guarani, o Cruzeiro chegou a 24 pontos na Série B e se manteve em 15º lugar. A equipe só voltará a campo no dia 20 de novembro (sexta-feira), às 21h30, contra o Figueirense, no Mineirão.