Superesportes

OPINIÃO

Análise: Cada etapa de evolução do Cruzeiro precisa ser comemorada

Time celeste mostra novas virtudes na reação gradativa na Série B. Mas há muito trabalho pela frente

Roger Dias
Marcelo Moreno teve boa chance no primeiro tempo, mas passou em branco na vitória contra o Botafogo-SP - Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro  
Numa temporada com muitos capítulos de turbulência, instabilidade e desordem nos bastidores, cada etapa de evolução precisa ser festejada no Cruzeiro. Desde a chegada de Luiz Felipe Scolari, a equipe vai (a conta-gotas) escalando degraus, o que reflete diretamente na confiança do torcedor por dias melhores. Claro, é um trabalho ainda no início, mas já existe um otimismo de que os mineiros poderão traçar objetivos mais ambiciosos.


 
 
Felipão herdou um time desorganizado deixado por Ney Franco. Aos poucos, vem tentando mostrar sua filosofia de trabalho, caracterizada por times de muita luta e que briga constantemente pela bola. Os resultados ocorreram em pouco tempo, mas é preciso calma. Ainda há muito trabalho pela frente. 

Diante do Botafogo-SP, a Raposa teve mais posse de bola, mostrou posicionamento mais correto no campo de trás, teve mais oportunidades e contou com maior superioridade numérica no setor ofensivo.
Como é normal nos times comandados por Felipão, a equipe abusou das jogadas aéreas. Falta ainda maior capricho no último passe e nas finalizações, algo natural para uma equipe ainda em evolução. 

A vinda do novo treinador já mostra diferenças em termos práticos.  Em pouco tempo de clube, o treinador já experimentou mudanças táticas, como a utilização de Ramon como volante e de Machado com mais liberdade no meio-campo – Enderson Moreira e Ney Franco tinham posturas mais conservadoras.



Estreante da noite, o recém-chegado William Pottker pode ser uma boa alternativa para diminuir a enorme responsabilidade sobre Marcelo Moreno, que muitas vezes ficou sobrecarregado e isolado na frente nesta Série B. O ex-atacante do Internacional tem como virtude a força física, característica que pode ser interessante na competição, com jogos equilibrados e muito truncados. Precisa, na realidade, mostrar serviço para reviver as boas atuações que mostrou com a camisa da Ponte Preta e do próprio colorado.

E Airton segue conquistando a confiança de Scolari. O jogador de 21 anos, que marcou pelo terceiro jogo consecutivo, se tornou a principal peça de velocidade no time titular e arma no contra-ataque. Com mais entrosamento com os demais jogadores do sistema ofensivo, poderá ser determinante nesta arrancada celeste rumo à primeira parte da Série B.