Se no primeiro contato com a diretoria Felipão não aceitou assumir o comando do Cruzeiro, foi na segunda conversa que o presidente Sérgio Santos Rodrigues conseguiu convencer o treinador de 71 anos a assinar com o clube celeste. Em entrevista ao programa ‘Aqui com o Benja’, do Fox Sports, o dirigente explicou como foi a negociação.
Segundo Sérgio, após a saída de Ney Franco, o clube estrelado optou por um processo de contratação similar ao de empresas. A diretoria selecionou cerca de dez nomes que encaixavam no perfil desejado e iniciou as sondagens. De acordo com o presidente, Luiz Felipe Scolari foi o primeiro a ser procurado.
“No começo ele ainda não tinha dado retorno. O namoro demorou uns três ou quatro dias até virar casamento”, disse. “Quando ele mesmo, em princípio, falou de desinteresse, a gente acabou conversando com outros. Depois, acabou que conseguimos conjugar nesse caminho e acho que foi muito bom para os dois”, completou.
Já na segunda conversa, que aconteceu após a desistência de Umberto Louzer, comandante da Chapecoense, Sérgio Santos Rodrigues disse ter mudado o discurso para convencer Felipão a acertar com o Cruzeiro. Segundo ele, a amizade do treinador com José Carlos Brunoro, consultor de planejamento estratégico do clube, e o carinho com Deivid, diretor de futebol, foram fundamentais na decisão.
“Depois dessa primeira conversa, nós adaptamos o discurso, ligamos de novo até chegar à conclusão de que teríamos que nos encontrar todo mundo pessoalmente para resolver isso”, explicou.
De acordo com o presidente, um dos fatores que ajudaram a convencer Felipão foi mostrar que o Cruzeiro quer montar um projeto de longo prazo com o treinador. Além disso, disse que ele teria papel fundamental fora de campo, comparando-o a Sir. Alex Ferguson, lendário técnico do Manchester United que comandou o time por 27 anos.
“Eu leio muito sobre futebol e me chama muita a atenção a história do Ferguson quando chegou no Manchester United, como ele organizou o extra-campo antes de montar uma equipe. Então eu falei: ‘Felipão, além de você ser um grande incentivador, um cara capaz de nos ajudar nesse momento difícil, você também pode ser um ícone para nós. Ano que vem temos o centenário, você pode nos ajudar em outras áreas, estar mais perto da gente de um forma macro’”, detalhou Sérgio.
Para concretizar o negócio, faltava Luiz Felipe Scolari e o clube acertarem o tempo de contrato. No entanto, de acordo com o presidente, não houve dificuldades. “A primeira coisa que ele falou foi: ‘Para mim só serve contrato longo’, e eu respondi que para mim também. A partir daí fomos destrinchando alguns detalhes e caminhou bem”, concluiu.
Com contrato até dezembro de 2022, Felipão está em sua segunda passagem no comando do Cruzeiro. Ele já comandou a equipe celeste em 2000 e 2001, quando foi campeão da Copa Sul-Minas. Nesta temporada, tem a missão de espantar o fantasma da Série C e tentar levar o clube estrelado, que ocupa o 18º posto da Série B do Campeonato Brasileiro e soma 16 pontos, de volta à primeira divisão.
Na estreia do novo comandante, na última terça-feira, a Raposa bateu o Operário, no Paraná, por 1 a 0. Neste domingo, vai ao Recife enfrentar o Náutico, às 16h, no Estádio dos Aflitos, para tentar embalar de vez na Segundona.