Luiz Felipe Scolari tem estrela, mas não se ilude.Experiente, o treinador de 72 anos sabe que, apesar da vitória por 1 a 0 do Cruzeiro sobreo Operário-PR, não há motivos para a China Azul comemorar. Afinal, a equipesegue na zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro, precisa dequalificação técnica e de muito trabalho tático.
Como deixou claro na entrevista coletiva concedida após a partida desta terça-feira, considera ainda ser necessário dar robustez ao time. E não falou só de modo figurativo: entende queo grupo tem jogadores muito franzinos para as exigências físicas da SegundaD ivisão. E também excesso de jovens, num claro recado à diretoria que quer maisatletas experientes.
A própria escalação do quarteto ofensivo com Marquinhos Gabriel, Régio, Arthur Caíke e Marcelo Moreno deixou isso claro. Não dá para brigar na parte de cima da tabela com muitos jovens, mesmo que promissores, pois faltará maturidade para sairdas situações difíceis. E elas não são poucas, como os cruzeirenses já perceberam.
Assim,caberá aos dirigentes encontrarem soluções financeiras para atender os desejosdo gaúcho, campeão do mundo com a Seleção Brasileira em 2002. Ninguém espera achegada de grandes estrelas, mas é claro que ele quer “cascudos” que suportem apressão.
Até ter os pedidos atendidos, o desafio será obter bons resultados o suficiente parasubir na tabela. E, principalmente, trazer de volta a confiança de alguns atletas, que visivelmente está abalada. Ele vai precisar de sorte. Mas parece que ela o acompanha desde o começo da carreira. Vide o título da Copa do Brasilcom o Criciúma, em 1992. E a reestreia no comando do Cruzeiro.