Embalado pela goleada sobre a Ponte Preta, por 3 a 0, no Mineirão, o Cruzeiro agora se prepara para enfrentar o Cuiabá, no próximo sábado, às 22h, na capital do Mato Grosso. Além do adversário, que é líder do torneio, com 25 pontos, o técnico Ney Franco está preocupado com as condições climáticas da cidade para receber a partida.
Segundo o site "Clima Tempo", Cuiabá terá no sábado, no dia 3 de outubro, máxima de 40 graus Celsius. A umidade do ar vai ficar entre 10% e 35%. Esse cenário pode levar a problemas respiratórios, como alergias, sinusites e asmas.
Cuiabá também está sofrendo com as queimadas. No dia 15 de setembro, a cidade amanheceu coberta por fumaça. O fogo já destruiu 40% do Pantanal, conforme dados do Ibama. Isso representa uma área equivalente a oito vezes o tamanho das megalópoles São Paulo e Rio de Janeiro juntas.
Em setembro, o Pantanal teve 8.106 focos de incêndio, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este é o maior número desde o início do monitoramento, em 1998.
Na menor distância, Cuiabá fica a 25Km do Pantanal.
O Parque Estadual Encontro das Águas, conhecido por abrigar a maior concentração de onças-pintadas do mundo, já teve mais de 93% dos 108 mil hectares destruídos.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso alertou no mês passado que a escassez de chuvas e a intensificação dos focos de calor em função das queimadas na região agravam ainda mais a qualidade do ar em Cuiabá.
O técnico Ney Franco falou sobre o cenário difícil que o Cruzeiro vai enfrentar.
"A gente já tem um jogo dificílimo em Cuiabá. Além da qualidade técnica do Cuiabá, que está liderando o campeonato, a cidade é complicada para jogar. Todas as equipes que estão jogando lá estão tendo problemas na parte física. Em alguns momentos, o dia a dia na cidade é difícil com a questão da queimadas, fumaça na cidade. Existe estudo se a gente chega antes ou no dia do jogo pela noite, para você nem treinar e não expor os atletas", disse Ney Franco.
"Então, a gente tem um grau de dificuldade para o próximo jogo. E acho que, na minha avaliação, esse é um teste para jogar com esta mesma competência que tivemos contra a Ponte e somar o sexto ponto em duas partidas, que vai nos coloca em uma condição melhor do Campeonato Brasileiro", destacou.
Em setembro, o Pantanal teve 8.106 focos de incêndio - Foto: Mayke Toscano/Secom-MT