A Justiça indeferiu sigilo nos dois processos movidos por Adilson Batista contra o Cruzeiro na 45ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. Juntos, os valores correspondem a R$ 1.353.950,14. O Superesportes teve acesso aos documentos.
Uma das petições é a ação monitória (procedimento judicial de cobrança) referente à rescisão do treinador. O Cruzeiro se comprometeu a pagar R$ 642.092,47 em dez vezes de R$ 64.209,24 entre 16 de maio de 2020 e 16 de fevereiro de 2021.
Todavia, segundo a defesa de Adilson, nenhum dinheiro foi depositado até o momento. O conselho gestor demitiu o técnico no dia 15 de março, após a derrota por 1 a 0 para o Coimbra, no Independência, pela nona rodada do Campeonato Mineiro.
Adilson Batista ainda requer que cláusulas sejam cumpridas, como multa de 5% por atraso superior a 30 dias, atualização monetária pelo IGP-M e honorários advocatícios. Assim, o valor da causa chega a R$ 812.246,98.
- Rescisão de contrato - R$ 642.092,47
- Multa de 5% por atraso - R$ 32.104,63
- Correção monetária -R$ 32.104,63
- Honorários advocatícios - R$ 105.945,25
- Total - R$ 812.246,98
Na outra ação, o ex-técnico da Raposa, que recebia salário mensal de R$ 150 mil, pede multas nos art. 467 e 477 da CLT, além de honorários advocatícios no importe de 15%. A soma é de R$ 541.703,16.
- Multa do art. 467 da CLT - R$ 321.046,23
- Multa do art. 477 da CLT - R$150.000,00
- Honorários advocatícios - R$ 70.656,93
Em ambos os processos, o advogado de Adilson Batista, Dyego Karlo Tavares, pediu segredo de Justiça em razão da exposição na imprensa esportiva, da identificação do profissional com o clube e sua torcida e do bom trabalho feito de 2008 a 2010.
Entretanto, a juíza Fernanda Garcia Bulhões Araújo indeferiu a solicitação e agendou audiência para sexta-feira, 2 de outubro, às 8h45.
Em sua volta ao Cruzeiro, no dia 29 de novembro de 2019, Adilson Batista não conseguiu cumprir o objetivo de livrar o time do rebaixamento à Série B: perdeu para Vasco (1 a 0), Grêmio (2 a 0) e Palmeiras (2 a 0) na reta final do Brasileirão.
Em 2020, o Cruzeiro reformulou o elenco e não demonstrou evolução sob o comando do técnico. Em 12 jogos, ganhou quatro, empatou quatro e perdeu quatro - 44,44% de aproveitamento.
Dois integrantes da comissão técnica de Adilson já haviam processado o Cruzeiro: o auxilar Cyro Garcia Leães (R$ 560.285,32) e o preparador físico José Mário Campeiz (R$ 596.948,33).