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Presidente do Cruzeiro explica como pretende equalizar dívida e alerta: 'Grande desafio é sobreviver até o ano que vem'

Sérgio Santos Rodrigues disse que será necessário vender imóveis do clube e jogadores

Redação
Sérgio disse que está conversando com fundos de investimentos em busca de dinheiro para o clube - Foto: Reprodução/Live do Cruzeiro
Cruzeiro tenta sobreviver em meio à maior crise financeira da história do clube. Em live nesta sexta-feira, o presidente Sérgio Rodrigues explicou como pretende trabalhar a dívida total, que já atingiu R$ 954,6 milhões. Somente com as transações de 2020, a Raposa registrou prejuízo de R$ 259,7 milhões. 



O dirigente destacou que trabalha para encaixar o débito total dentro do fluxo de caixa do Cruzeiro, renegociando com a União as dívidas tributárias e buscando o 'ato trabalhista' com a Justiça, que reteria parte da receita do clube para quitar os processo encerrados. Para o presidente celeste, o clube deve tentar 'sobreviver' até o começo do ano que vem. Se subir para a Série A do Campeonato Brasileiro, novas receitas poderão chegar, melhorando um pouco a situação. Sérgio ainda revelou que conversou com fundos de investimentos, na tentativa de levar novos recursos para o clube.

"Hoje, nosso grande desafio é sobreviver a este agora, a este segundo semestre e ao primeiro semestre do ano que vem, equalizando essas dívidas, e colocando as dívidas de acordo com nosso potencial de captação de receita. A gente, por exemplo, assume o clube no dia 1º de junho com receita zero de patrocínio. A gente tem o ano do centenário que vem para negociar em patamares maiores os patrocínios. Na Série A, vamos ter direitos de TV maiores, vamos ter essas propriedades digitais. E temos ideias estruturadas, conversamos com fundos que vem apresentando soluções. Com a taxa Selic com esse patamar, está todo mundo tirando dinheiro de banco e procurando novas formas de monetizar. A gente estuda com diversos fundos para isso", disse Sérgio.

"Nós temos R$ 130 a R$ 150 milhões em passivo trabalhista. Disso, R$ 70 milhões são do Fred. Isso significa que eu vou ser condenado a pagar R$ R$ 70 milhões? Não. Existem algumas questões quando a gente pega a parte trabalhista, a gente recebeu o pessoal da Justiça do Trabalho, a gente caminha para o 'ato trabalhista', que a gente pega a dívida e coloca dentro do fluxo de caixa e, assim, será possível o Cruzeiro pagar. Na área fiscal, a mesma coisa, o Corinthians fez um acordo com o PGFN, e isso está no nosso radar. Com os credores privados, isso também está caminhando. Então eu acho, o grande problema não é o tamanho da dívida, é o perfil da dívida. O Flamengo ainda tem R$ 550 milhões de dívidas. Mas ela é equalizada de forma que eles recebem e pagam. A gestão do Bandeira de Mello (ex-presidente do Flamengo)  no segundo ano fechou no superávit. Hoje, o nosso desafio é conseguir fazer isso".



Venda de ativos


O presidente Sérgio Rodrigues voltou a falar que é necessário negociar imóveis do clube, como a Sede Campestre II, que ainda não foi vendida, apesar do parecer favorável do Conselho do clube.

"Existe panejamento (de vender) imobiliário? Existe sim. Conseguimos a aprovação da venda da Campestre e acho que será necessário fazer de outros imóveis no futuro. O Cruzeiro não tem necessidade de ter todos os imóveis, mas é uma coisa que a gente tem que discutir internamente".

Outra opção para pagar as contas é a venda de jogadores. "O Cruzeiro é o time com jogadores Sub-23 com a maior minutagem, isso é ativo. O Athletico-PR vendeu R$ 250 milhões em jogadores. Acho que a gente tem esse potencial, ainda mais com esses atletas jogando, meninos que têm jogos pela Série A, convocações para a seleção de base, com baita capacidade de venda. Isso com o dólar e o euro neste patamar. Com uma venda, Athletico-PR, Grêmio e Flamengo fazem R$ 100 milhões, um décimo da nossa dívida total. Acredito muito no potencial desses meninos e acredito que eles vão servir para a gente equalizar a dívida do Cruzeiro".