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Sérgio defende Benecy Queiroz de críticas da torcida do Cruzeiro: 'Contribui com muita coisa'

Presidente entende que questionamentos são feitos em tom exagerado

postado em 04/09/2020 13:30 / atualizado em 04/09/2020 19:35

(Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
O presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, comentou os constantes protestos da torcida contra o supervisor administrativo Benecy Queiroz. É comum ver nas redes sociais críticas ao funcionário de 81 anos, que trabalha no clube há quase cinco décadas, já conduziu inúmeras negociações de jogadores e passou por outras funções como preparador físico, coordenador e até mesmo treinador. Para o mandatário da Raposa, as cobranças são feitas em tom de bastante exagero.

“Essa é uma pergunta que vejo todo mundo fazer. O primeiro ponto que eu digo que às vezes é querer buscar problemas onde não tem. O Cruzeiro tem presidente, tem vice-presidente, tem diretor, tem técnico, tem gerente de futebol, e você acha que o problema está na supervisão, que é, hoje, muito mais administrativa do que de futebol? Sinceramente, não existe um poder decisório para o Benecy, a ponto de a torcida, e eu vejo colocarem que isso pode ser um grande problema para o Cruzeiro. A outra coisa que eu explico que ele é uma pessoa que tem 40 anos de Cruzeiro e ajuda, sim, em muitas questões”, disse Sérgio, em live no canal do clube no YouTube.

Os cruzeirenses sempre relembram uma entrevista de Benecy Queiroz à Rede Minas, em janeiro de 2016, na qual ele revelou a tentativa de subornar o árbitro em uma partida entre os anos de 1989 e 1990. O episódio nunca foi explicado com clareza, mas rendeu ao então supervisor de futebol uma punição de 90 dias imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O clube nomeou Pedro Moreira para a função de Benecy, que, por sua vez, passou a ser supervisor administrativo. Sérgio Rodrigues destacou que nunca houve nenhum erro logístico no setor.

“Ele cometeu um erro gravíssimo em 2015 ou 2016, foi punido por isso no STJD e, depois daquilo, diversas outras funções foram redistribuídas, tanto que o Cruzeiro nunca teve nenhum tipo de erro logístico. Hoje, a gente tem o Pedro Moreira, que é uma pessoa fenomenal, formado nos Estados Unidos, com mestrado nos Estados Unidos, temos diretores, temos eu, que estou muito próximo à Toca, tomando decisões. Isso que eu acho importante de entender”, frisou o presidente, ressaltando, em seguida, o bom relacionamento de Benecy Queiroz com outros clubes e também junto à Confederação Brasileira de Futebol.

O Benecy está lá porque contribui com muita coisa, tem muita experiência. É uma que, se você for na Toca, os jogadores gostam dele. (...) Se for na CBF, e eu estive lá recentemente com o Rogério Caboclo, todos perguntam. Eu já fiz curso de gestão na CBF, e hoje nós temos dois gestores fazendo cursos de executivos de gestão na CBF, que são André Argolo e Deivid, e muitos, quando vão falar de supervisão, citam o Benecy e um do Grêmio, que parece que faleceu no início do ano, como pessoas conhecidas por conhecerem detalhes da operação logística do futebol”.

Sérgio Rodrigues reiterou que os torcedores não precisam ficar descontentes com a continuidade de Benecy na Toca. “Dentro da capacidade dele e de limitação até da função do cargo dele, ele contribui com o Cruzeiro Esporte Clube, diante de toda a história. Não tem necessidade de a torcida de se apegar a isso. Não existe poder decisório que se concentre na mão dele. Ele contribui muito mais de forma reativa do que proativa, dentro da nossa estrutura, auxiliando os diversos profissionais”.

Deivid e Ricardo Drubscky


Além de Benecy Queiroz, Sérgio foi perguntado sobre as funções do diretor técnico Deivid e do diretor de futebol Ricardo Drubscky. O primeiro participa de negociações e captação de recursos, enquanto o segundo atua ao lado da comissão técnica de Enderson Moreira.

“O Deivid e o Drubscky têm trabalhos muito direcionados, dentro das suas funções. O Drubscky é uma pessoa que faz a direção da Toca da Raposa II, coordena tudo que acontece, faz transição com base, conversa na parte de inteligência de negócios. E o Deivid é uma pessoa que cuida das negociações, que viaja, ajuda na captação de recursos”, explicou.

“Cada um tem uma função muito bem definida dentro do Cruzeiro. Diversos times têm da mesma forma. Vamos pegar o exemplo do Palmeiras, para não ir muito longe. Você tem o Anderson Barros e o Edu Dracena, duas pessoas que trabalham tal qual Deivid e Drubscky trabalham no Cruzeiro. Cada um tem sua função, e eles não aparecem porque sou eu quem tem que aparecer, porque a responsabilidade de falar com vocês é minha”, complementou o presidente.

Sérgio já elogiou Deivid em outras oportunidades. Tanto que a contratação dele pelo clube, em maio, foi conduzida exclusivamente pelo presidente. A admiração vem desde os tempos de jogador, quando o ex-centroavante vestiu a camisa da Raposa, no primeiro semestre de 2003, e integrou o time campeão mineiro, da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro. Naquele ano, Deivid marcou 28 gols em 37 jogos.

Henrique

(Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

Sérgio Santos Rodrigues também falou da importância de Henrique para o grupo do Cruzeiro. Oitavo atleta que mais vestiu a camisa do clube, com 520 jogos, o volante é visto como um líder no elenco. O presidente discordou dos adjetivos “frouxo” e “omisso” usado na pergunta enviada por um torcedor e ressaltou que o veterano de 35 anos foi um dos que mais ficaram frustrados com o rebaixamento à Série B.

“Eu não poderia pagar salário para um jogador do Cruzeiro jogar em outro time, se ele pode ajudar tecnicamente o clube. Frouxo e omisso é você quem está colocando. Eu discordo. Não é todo mundo que participou da campanha do ano passado que é ruim. A gente vê vários jogadores, hoje, que estão em times de ponta, e o Henrique estava, o Fluminense está na Série A. O Pedro Rocha, no Flamengo, o Orejuela, no Grêmio. Eu acho que o Cruzeiro caiu de fora para dentro, não de dentro para fora. O Henrique, eu tive oportunidade de falar quando a gente apresentou ele, foi um dos poucos - e a gente tem relatos internos – que chorou no vestiário e sofreu muito com a queda”.

No entendimento de Sérgio, o camisa 8 também pode colaborar na parte técnica e fazer boa dupla com Jadsom. “Tecnicamente, a gente entendeu que ele é uma pessoa que pode ajudar, sim. Quando você fala que ele não joga bem, eu acho que é uma opinião muito particular, quem sou eu para falar quem joga bem ou mal, mas a gente usa um programa universal, que qualquer time do mundo usa, que dá notas conforme estatísticas. No último jogo, por exemplo, a nota do Henrique só perdeu por um décimo para o Jadsom, que todo mundo elogiou e que eu acho também que jogou muito bem. Então, existem opiniões. É difícil falar da parte subjetiva. Da parte objetiva, é difícil brigar contra isso”.

Por fim, o presidente preferiu dar destaque ao histórico de conquistas de Henrique pelo Cruzeiro - seis Campeonatos Mineiros (2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019), duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e dois Campeonatos Brasileiros (2013 e 2014). A opção de colocar o meio-campista como titular será sempre da comissão técnica.

“Trouxe de volta porque a gente acha que é um cara que gosta muito do Cruzeiro, foi bicampeão da Copa do Brasil como capitão, levantou as duas taças, tem papel importante de liderança, e acho que os números não provam isso que você está colocando. Agora, se vai jogar ou não, o critério é técnico. Não é o presidente quem escala. A gente trouxe por isso, porque acredita que pode agregar e porque temos certeza que vai fazer parte de uma campanha vitoriosa”.

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