O Cruzeiro foi novamente punido pela Fifa. Desta vez, a entidade máxima do futebol alega que o clube celeste não fechou acordo com o Zorya, da Ucrânia, para pagar 1.159.786,31 euros (cerca de R$ 7 milhões) pela transferência do atacante Willian, em 2014. Como sanção, a Raposa não poderá registrar novos jogadores.
A informação foi divulgada inicialmente pela rádio Itatiaia. O Cruzeiro enviou manifestação formal à Fifa nessa terça-feira exigindo a reconsideração da pena imposta. Em nota divulgada nesta quarta, a diretoria disponibilizou documento assinado por um representante do Zorya confirmando o acordo - clique aqui e veja a íntegra deste documento.
O Cruzeiro não informa se o acordo foi reconhecido pela Fifa. Apesar disso, o clube alega que toda tratativa foi feita por canais legais da entidade máxima do futebol. Ainda de acordo com a diretoria celeste, foi realizada negociação de pagamento com o Alik Football Management, da Estônia, detentor de crédito com o clube ucraniano. Assim, ficou acertado que caberia à Raposa quitar a dívida do Zorya com a empresa estoniana.
"Na véspera da data de vencimento da dívida, o FC Zorya notificou o Cruzeiro, por meio de seu e-mail oficial, cadastrado no Fifa/TMS, informando que realizou uma cessão do crédito específico ao Alik Football Management, da Estônia. Desta forma, o Cruzeiro negociou o parcelamento do débito diretamente com o Alik, mas, para se resguardar, exigiu que o FC Zorya fizesse parte do acordo como terceiro interessado, e informou que faria o pagamento somente após sua homologação pela Fifa", diz o Cruzeiro em nota.
A defesa do clube celeste fará a contestação tendo em vista dois pontos: "ou o sistema da Fifa apresentou algum tipo de falha, o que é pouco provável, ou o clube ucraniano está contradizendo os documentos que seu próprio representante validou e assinou".
A defesa do clube celeste fará a contestação tendo em vista dois pontos: "ou o sistema da Fifa apresentou algum tipo de falha, o que é pouco provável, ou o clube ucraniano está contradizendo os documentos que seu próprio representante validou e assinou".
Pagamento parcial
No dia 28 de maio, o Cruzeiro quitou cerca de 600 mil euros (R$ 3,5 milhões aproximadamente) pela contratação de Willian. Ainda sobrou cerca de 1 milhão de euros para ser transferido ao clube ucraniano.
Em 20 de agosto, o presidente Sérgio Rodrigues anunciou acordo com o Zorya. A Raposa pagaria o restante em dez parcelas. "Em entendimento entre as partes, ficou estabelecido que o Cruzeiro pagará a dívida de 1 milhão de euros em dez parcelas, e o processo na FIFA será encerrado, afastando o risco de punição desportiva", diz a nota publicada pelo Cruzeiro.
Na ocasião, o presidente Sérgio Rodrigues comemorou o acerto. “Com alegria, logo que a gente entrou, pagamos parte da dívida do Zorya que poderia acarretar a perda de seis pontos. Obviamente, pagamos aquilo à vista antes da posse, eliminando possibilidade de perda de qualquer ponto. Mas ficou parte remanescente, que vencia hoje, então hoje, assim como fizemos com o Del Valle, graças ao esforço do doutor Tanure, firmamos acordo com o Zorya, dividindo ela em 10 parcelas”, disse Sérgio Santos Rodrigues.
Primeira punição da Fifa
O Cruzeiro foi punido pela Fifa pela primeira vez em maio deste ano e começou a Série B do Campeonato Brasileiro com menos seis pontos na tabela. A sanção foi imposta porque a Raposa não pagou o empréstimo do volante Denilson ao Al Wahda, dos Emirados Árabes, em 2016, no valor de 850 mil euros. Posteriormente, o clube quitou a dívida com o Al Wahda.
Confira a nota do Cruzeiro
O Cruzeiro Esporte Clube confirma que recebeu um contato da Fifa sinalizando que o FC Zorya contesta acordo firmado entre os clubes, anunciado oficialmente no mês passado, envolvendo a dívida de 1.159.786,31 euros, vencida em 20 de agosto de 2020.
Diante da contestação do FC Zorya, a Fifa aplicou a sanção de transfer ban (impossibilidade de registro de novos jogadores), o que é lamentado e contestado pelo Cruzeiro Esporte Clube, já que o acordo celebrado entre as partes, se fez mediante canais oficiais previstos pela Fifa para tanto.
Na véspera da data de vencimento da dívida, o FC Zorya notificou o Cruzeiro, por meio de seu e-mail oficial, cadastrado no Fifa/TMS, informando que realizou uma cessão do crédito específico ao Alik Football Management, da Estônia. Desta forma, o Cruzeiro negociou o parcelamento do débito diretamente com o Alik, mas, para se resguardar, exigiu que o FC Zorya fizesse parte do acordo como terceiro interessado, e informou que faria o pagamento somente após sua homologação pela Fifa.
No trâmite, além do selo de autenticação e assinatura do representante do FC Zorya em todos os documentos, nos quais o mesmo atesta, num primeiro momento, a cessão do crédito para o Alik, e, num segundo momento, o termo de formalização do acordo, é importante destacar que a comunicação entre os todos os envolvidos sempre se deu por meio dos canais oficiais estabelecidos pelo sistema Fifa/TMS, que é extremamente rigoroso com o acesso, cadastramento e processos dos seus e-mails.
Sendo assim, diante da manifestação do FC Zorya, a contestação do Cruzeiro se baseia em duas variáveis: ou o sistema da Fifa apresentou algum tipo de falha, o que é pouco provável, ou o clube ucraniano está contradizendo os documentos que seu próprio representante validou e assinou, documentos estes disponíveis em anexo à esta nota.
Por esta razão, na noite de ontem, 1º de setembro de 2020, o Cruzeiro enviou manifestação formal à Fifa, esclarecendo o ocorrido e exigindo a reconsideração da pena por ora imposta. O Clube reitera que em todos os momentos e processos agiu com absoluta clareza, boa fé e dentro da legalidade, confiando que a comunicação feita por meio dos canais oficiais da Fifa, com todos os envolvidos em cópia, inclusive o advogado do FC Zorya, são válidas.