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COPA DO BRASIL

Pouco inspirado, Cruzeiro empata com CRB e é eliminado na terceira fase da Copa do Brasil

Time celeste sai na frente com gol de Giovanni, porém vacila no segundo tempo, em escorregão de Leo, e Leo Gamalho assegura vaga do CRB

Rafael Arruda
Cruzeiro empatou por 1 a 1 com o CRB e se despediu da Copa do Brasil - Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro
Pouco inspirado nas finalizações, o Cruzeiro amargou a eliminação precoce na Copa do Brasil ao empatar por 1 a 1 com o CRB, nesta quarta-feira, no estádio Rei Pelé, em Maceió, pelo jogo de volta da terceira fase. O time celeste até deu esperanças de uma reviravolta ao abrir o placar aos 45min do primeiro tempo, em finalização do lateral-esquerdo Giovanni. Entretanto, aos 19min da etapa final, o atacante Léo Gamalho se aproveitou de escorregão de Leo e deixou tudo igual após cruzamento de Magno Cruz. O camisa 9 já tinha sido decisivo no duelo de ida, há cinco meses, no Mineirão, ao marcar os dois gols do triunfo alagoano por 2 a 0.


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Com a saída prematura, o Cruzeiro encerra a Copa do Brasil de 2020 sem ganhar uma partida sequer. Na estreia, em jogo único da primeira fase, a equipe avançou ao empatar com o São Raimundo-RR, por 2 a 2, fora de casa. Na segunda fase, bateu o Boa Esporte nos pênaltis, por 5 a 4, depois de igualdade por 1 a 1 no tempo normal, em Varginha. Já na terceira fase, pecou pela fraca exibição nos primeiros 90 minutos contra o CRB, ainda sob o comando de Adilson Batista. Com o técnico Enderson Moreira, houve melhora no volume de jogo e na construção ofensiva, mas sem eficácia nas conclusões.

Agora, o Cruzeiro se concentra exclusivamente na Série B do Campeonato Brasileiro, na qual ainda terá 33 partidas pela frente para buscar o retorno à primeira divisão. No sábado, às 19h, haverá clássico com o América, pela sexta rodada. A Raposa, que iniciou o torneio com seis pontos a menos devido a uma punição na Fifa, está em 11º lugar, com quatro pontos (três vitórias, um empate e uma derrota), enquanto o Coelho ocupa o sétimo lugar, com oito (duas vitórias, dois empates e uma derrota).


O jogo


Além da pressão de ter que fazer três gols e não sofrer nenhum, o Cruzeiro precisou lidar com as ausências de nove jogadores. Cinco deles já haviam participado da Copa do Brasil por outros clubes: o lateral-esquerdo Patrick Brey (Ferroviária-SP), o volante Henrique (Fluminense), os meias Régis (Bahia) e Claudinho (Ferroviária-SP) e o atacante Arthur Caíke (Bahia). Três permaneceram no departamento médico: o volante Jean (dor articular no joelho esquerdo) e os atacantes Marcelo Moreno (trauma na cabeça) e Stênio (lesão ligamentar no ombro esquerdo). De última hora, a Raposa perdeu Welinton, com um quadro de pubalgia.



Ao divulgar a escalação, o técnico Enderson Moreira surpreendeu ao colocar Manoel no lugar de Cacá na zaga, e Roberson para fazer dupla de ataque com Thiago. As outras modificações eram esperadas: Ariel Cabral e Maurício nas vagas de Henrique e Régis, respectivamente. Com a necessidade de buscar o resultado, o Cruzeiro precisou trabalhar a bola com calma e paciência. Já o CRB, tranquilo em função do resultado favorável, preocupava mais em se defender. Aos 10min, um erro de passe do armador Diego Torres deixou Roberson em boas condições. O camisa 37 da Raposa abriu espaço para finalizar e mandou a bola com muito perigo à direita de Victor Souza.

Aos 21min, em um lance que não levaria tanto perigo à meta do CRB, o goleiro Victor Souza saiu de maneira atrapalhada para tentar tirar uma bola e atingiu Maurício, do Cruzeiro. Os jogadores celestes pediram pênalti, mas o juiz ignorou os protestos e mandou seguir. Para o comentarista de arbitragem Márcio Rezende de Freitas, que participava da transmissão do SporTV, a infração seria assinalada caso houvesse o recurso do VAR em todas as fases da Copa do Brasil. “O goleiro sai sem freio ali. É um pênalti até bobo, desnecessário. Com o pé esquerdo, ele acerta o pé do Maurício. Pênalti não marcado pelo árbitro”.

Apesar da superioridade na posse de bola, o Cruzeiro encontrou dificuldades para se infiltrar na defesa do CRB. Bem postada, a marcação dos donos da casa obrigava o time celeste a trocar a maioria dos passes entre os zagueiros Leo e Manoel e os laterais Raúl Cáceres e Giovanni. Os volantes Ariel Cabral e Jadsom pouco apareciam para levar a bola até o quarteto ofensivo formado por Riquelmo, Maurício, Roberson e Thiago. E quando estes recebiam a redonda, tomavam decisões erradas em toques malsucedidos em direção à linha de fundo.



Jogadores comemoram o gol do lateral-esquerdo Giovanni - Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

Depois de tanto falhar na etapa inicial, o Cruzeiro encaixou um bom ataque aos 45min. Riquelmo dominou no lado esquerdo, percebeu a ultrapassagem de Giovanni e enfiou a bola entre dois defensores rivais. Bastante criticado por torcedores nas redes sociais, o lateral-esquerdo da Raposa ajeitou o corpo e bateu cruzado para abrir o placar no Rei Pelé: 1 a 0. O CRB deu o troco rapidamente. Aos 48min, Manoel fez corte providencial na finalização de Diego Torres. Aos 49min, Fábio encaixou o chute de Igor Cariús.

O placar parcial do primeiro tempo deu ao Cruzeiro a esperança de buscar o segundo gol na etapa final e, na pior das hipóteses, levar a partida para os pênaltis. Mas os ânimos esfriaram aos 2min, quando o lateral-esquerdo do CRB, Igor Cariús, machucou-se gravemente ao se chocar com o volante Jadsom. Por causa de uma pancada no rosto, o camisa 6 precisou ser conduzido de ambulância a um hospital próximo ao Rei Pelé. Depois de 16 minutos, o árbitro Vinicius Gonçalves autorizou o reinício do jogo.

Quando a bola voltou a rolar, um deslize da defesa do Cruzeiro praticamente enterrou as chances de reviravolta. Aos 19min, Magno Cruz cruzou do lado direito, o zagueiro Leo escorregou, e Léo Gamalho, camisa 9 do CRB, mostrou o faro de artilheiro para marcar seu 15º gol na temporada com um chute rasteiro no canto esquerdo de Fábio: 1 a 1. O centroavante de 34 anos já havia sido algoz do clube mineiro ao anotar os dois gols no primeiro jogo, em 11 de março, em BH.



No decorrer do segundo tempo, o técnico Enderson Moreira recorreu ao recém-contratado Airton, ex-Palmeiras e Inter de Limeira. Ele substituiu Roberson, aos 31min, e logo no primeiro lance bateu cruzado para defesa de Victor Souza. Na sequência, aos 33min, colocou a redonda na cabeça de Thiago, que obrigou Victor Souza a se esticar para espalmar. Aos 41min, Airton novamente apareceu, aproveitando-se de bola rebatida por Reginaldo. A conclusão de pé esquerdo passou raspando a trave do CRB. Enderson ainda acionou Marco Antônio e Judivan, mas os dois pouco acrescentaram. O placar permaneceu inalterado até o apito final, aos 66 minutos, e o Cruzeiro se despediu da competição sem ao menos sentir o sabor da vitória de honra.


CRB 1X1 CRUZEIRO


CRB
Victor Souza; Lucas Mendes, Gum, Ewerton Páscoa (Reginaldo, aos 27min do 1ºT) e Igor Cairús (Hugo, aos 16min do 2ºT); Claudinei, Washington e Diego Torres; Magno Cruz (Dudu, aos 47min do 2ºT), Luidy e Léo Gamalho
Técnico: Marcelo Cabo

CRUZEIRO
Fábio; Raúl Cáceres, Leo, Manoel e Giovanni; Jadsom e Ariel Cabral; Riquelmo (Judivan, aos 43min do 2ºT), Maurício (Marco Antônio, aos 43min do 2ºT) e Roberson (Airton, aos 31min do 2ºT); Thiago
Técnico: Enderson Moreira

Gols: Léo Gamalho, aos 19min do 2ºT (CRB); Giovanni, aos 45min do 1ºT (Cruzeiro)

Cartões amarelos: Leo Gamalho, aos 21min, Dudu, aos 60min do 2ºT (CRB); Leo, aos 31min do 1ºT; Thiago, aos 36min, Judivan, aos 50min, Jadsom, aos 58min do 2ºT (Cruzeiro)

Motivo: jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil

Estádio: Rei Pelé, em Maceió (Alagoas)

Data: 26 de agosto de 2020 (quarta-feira)

Árbitro: Vinicius Gonçalves Dias Araújo (SP)

Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP) e Evandro de Melo Lima (SP)