O Conselho Deliberativo do Cruzeiro se reuniu nesta terça-feira, no Ginásio Salomé, do Parque Esportivo do Barro Preto, e aprovou, com ressalvas, as contas do último ano da gestão Wagner Pires de Sá. Cinco conselheiros foram contrários à proposta. Produzido pela Moore Auditores durante administração do Conselho Gestor, o balanço financeiro de 2019 apontou déficit de R$ 394 milhões.
Presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues explicou que a aprovação com ressalvas não quer dizer, necessariamente, que o Conselho Deliberativo concorda com as contas de 2019. Ele pontuou que essa, no entanto, é uma exigência para que não seja inviável um possível retorno da Raposa para o Profut.
“Queria esclarecer que a aprovação de contas não quer dizer que a gente concorda com a qualidade das contas. Que a gente concorda com os gastos. A gente não quer dizer isso se as contas forem aprovadas. A gente está querendo dizer que, o que está colocado no papel, reflete como o gasto foi feito. E vou além (...) A reprovação das contas, como alguns quiseram sugerir, ela acarreta que não possamos receber verbas federais. E vai inviabilizar nossa volta ao Profut, que temos muita confiança que vamos voltar. Essa é uma questão importante”, disse.
“Sugiro que a gente aprove (as contas), para que o Cruzeiro não seja prejudicado, mas com ressalva. A ressalva de que, pela forma como os gastos foram feitos, pelo valor dos gastos, que são absurdos, a gente ressalva que aprova, mas não concorda com a qualidade. Não concorda com a forma desses gastos, que, de acordo com relatório da Polícia Civil e peça do Ministério Público, que indiciou boa parte da antiga diretoria, que eles dão fortes indícios de prática de gestão temerária. Fica essa sugestão: que a gente pratique a aprovação (...) com a ressalva de que o Conselho não concorda com a qualidade e a forma dos gastos e que eles representam fortes indícios de prática de gestão temerária”, complementou.
Conselheiros se inscreveram para pronunciamentos durante a reunião. Gustavo Gatti, ex-integrante do Conselho Gestor, e Celso Chimbida, pediram as expulsões do ex-presidente Wagner Pires de Sá e do ex-vice-presidente, Hermínio Lemos. As solicitações causaram um princípio de tumulto, uma vez que juristas do Conselho Deliberativo defenderam o respeito ao devido processo legal. Clique aqui para ler o relato completo do momento de tensão.
Conselheiros se inscreveram para pronunciamentos durante a reunião. Gustavo Gatti, ex-integrante do Conselho Gestor, e Celso Chimbida, pediram as expulsões do ex-presidente Wagner Pires de Sá e do ex-vice-presidente, Hermínio Lemos. As solicitações causaram um princípio de tumulto, uma vez que juristas do Conselho Deliberativo defenderam o respeito ao devido processo legal. Clique aqui para ler o relato completo do momento de tensão.
Pedro Lourenço é homenageado
Antes das contas serem colocadas para votação, o conselheiro nato Pedro Lourenço, patrocinador do clube, recebeu uma homenagem. Ele foi presenteado com o Raposão de Ouro. O clube preparou um vídeo com depoimentos de familiares, jogadores como Marcelo Moreno e Fábio, além de ex-jogadores, casos de Dirceu Lopes e Alex.
O presidente do Conselho Deliberativo, Paulo César Pedrosa, e o presidente do clube, Sérgio Santos Rodrigues, foram os responsáveis por presentear Pedrinho, como é conhecido o conselheiro. “Reconhecer o bem que outras pessoas fazem ao clube é obrigação. Hoje a gente nada mais faz do que a obrigação de reconhecer você. Tudo que você tem feito pelo Cruzeiro nos últimos tempos”, disse Rodrigues.
Pedro Lourenço agradeceu aos dirigentes celestes pela homenagem. “Será que vou dar conta? Não sei nem por onde começar (...) Quero agradecer ao Sérgio (Rodrigues) pelo início dessa conversa, o Paulo (Pedrosa), toda diretoria e vices. Só para dizer que é muito orgulho para mim. Eu não imaginava receber isso, o Raposão de Ouro, tão de repente. Com muita alegria eu recebi isso. Com muita honradez. Não vou esquecer dessa data nunca”, garantiu.
O Raposão de Ouro é a maior homenagem prevista no Estatuto do Cruzeiro. O empresário foi a sexta pessoa a receber a estatueta.