Em nota oficial publicada nesta quinta-feira, o Cruzeiro se manifestou sobre o protesto de torcedores em frente à sede da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, em Belo Horizonte. Nessa quarta, faixas pedindo imparcialidade da PGFN foram estendidas na Rua Carvalho de Almeida, no bairro Cidade Jardim, na região Centro-Sul da capital. No comunicado, a diretoria celeste repudiou qualquer tipo de radicalismo contra as autoridades em questões envolvendo o clube.
“O Cruzeiro Esporte Clube vem a público manifestar seu entendimento e respeito pelo papel exercido pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e repudia qualquer tipo de radicalismo. Embora entenda que o futebol envolva paixão, o Clube acredita que o conflito não parece ser o melhor caminho para a resolução do problema, que é, no caso específico, o dever da PGFN cobrar os tributos que entende devidos, e o desejo do Cruzeiro pagar, mas dentro de suas possibilidades, considerando sobretudo o cenário de pandemia e as dívidas com gravíssima repercussão desportiva (Dívidas Fifa)”, diz trecho da nota (abaixo, leia na íntegra).
Apesar do posicionamento contrário ao radicalismo, o Cruzeiro tem um superintendente que fez duras ataques aos servidores. Em 14 de agosto, o deputado estadual Léo Portela acusou os funcionários públicos de perseguição ao clube por causa de rivalidade futebolística.
“O mínimo que os servidores públicos que perseguem o Cruzeiro coordenadamente deveriam fazer é ter vergonha na cara e esconder as fotos com a camisa do rival em suas redes sociais. Usam o poder das suas canetas como instrumento da inveja que sentem das nossas glórias em campo”, postou Portela, também diretor do Instituto Palestra Italia, projeto de resgate às origens italianas do clube.
Nessa quarta, o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional também se manifestou contra as faixas estendidas em frente à sede da PGFN. Em nota, o SINPROFAZ afirmou que os ataques “ocorrem de forma totalmente despropositada, contra Instituição cujo dever constitucional é o de zelar pelo cumprimento das obrigações fiscais em âmbito federal”.
O Sindicato ainda pede para que sejam tomadas providências da Administração, com o intuito de impedir “novas tentativas de desacreditar a PGFN e os filiados da ponta da Instituição”.
As faixas estendidas no dia anterior traziam as seguintes frases: "A torcida do Cruzeiro clama por um tratamento igual por parte da PGFN", "PGFN, chega de perseguição. O Cruzeiro é a maior instituição de Minas Gerais", "Servidor público, queremos PGFN imparcial" e "Queremos PGFN sem clubismo".
Leia, na ínegra, a nota do Cruzeiro sobre sobre protesto na PGFN
O Cruzeiro Esporte Clube vem a público manifestar seu entendimento e respeito pelo papel exercido pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e repudia qualquer tipo de radicalismo. Embora entenda que o futebol envolva paixão, o Clube acredita que o conflito não parece ser o melhor caminho para a resolução do problema, que é, no caso específico, o dever da PGFN cobrar os tributos que entende devidos, e o desejo do Cruzeiro pagar, mas dentro de suas possibilidades, considerando sobretudo o cenário de pandemia e as dívidas com gravíssima repercussão desportiva (Dívidas Fifa).
Da mesma forma em que destaca o respeito ao trabalho desenvolvido pela PGFN, o Cruzeiro também reforça que espera que seus objetivos sejam levados em conta, e aproveita para externar otimismo em relação a um possível alinhamento feito de forma justa e colaborativa.
O Cruzeiro hoje conta com uma nova gestão focada em uma cultura de transparência organizacional, diferentemente daquela que assolou o Clube de forma tão lamentável em um passado muito recente, e tem trabalhado forte para recuperar a credibilidade da instituição junto ao seu torcedor e também à sociedade como um todo, acreditando que todo esse esforço será levado em conta pelos profissionais da PGFN durante as análises necessárias.
O Clube crê que as pendências serão resolvidas na base do respeito, profissionalismo e justiça, tendo o diálogo aberto, cordial e transparente como a principal premissa neste processo no qual as duas instituições almejam um desfecho pleno e satisfatório.