A Polícia Civil de Minas Gerais pretende dar continuidade às investigações sobre irregularidades na antiga gestão do Cruzeiro. A expectativa dos delegados responsáveis pelo inquérito recebido nessa segunda-feira pelo Ministério Público é aprofundar o estudo de casos não concluídos nesta primeira fase de análises.
“A gente espera que não fique apenas com este relatório final, mas que seja o início, porque, com certeza, vai haver outros desdobramentos”, disse o delegado-geral Agnelo de Abreu Baeta, chefe do Departamento de Combate à Corrupção e a Fraudes da Polícia Civil mineira, em entrevista nesta terça-feira.
A fase inicial das investigações sobre a antiga administração do clube celeste foi denominada “Primeiro Tempo” e teve início a partir de uma denúncia anônima em abril de 2019.
Nesta terça-feira, a Polícia Civil detalhou o resultado do inquérito que resultou no indiciamento do ex-presidente Wagner Pires de Sá, o ex-vice-presidente de futebol Itair Machado, o ex-diretor-geral Sérgio Nonato e quatro empresários pelos crimes de apropriação indébita, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Dos empresários indiciados, três trabalham com futebol: João Sérgio, ex-representante do goleiro Fábio (romperam parceria no começo deste ano); Carlinhos Sabiá e Wagner Cruz. O outro é Cristiano Richard dos Santos Machado, do ramo de Equipamento de Proteção Individual (EPI).
A partir dessa segunda-feira, o Ministério Público de Minas Gerais tem 15 dias para analisar o inquérito da Polícia Civil e decidir se oferecerá denúncia ou se solicitará complementação da investigação com novas diligências. Segundo os investigadores, o “rombo” nos cofres celestes foi de R$ 8,2 milhões. Em valores corrigidos, o total chega a R$ 10 milhões.
“Agora fica a cargo do MP oferecer denúncia e promover qualquer ato jurídico. Nosso trabalho no Primeiro Tempo foi encerrado. Durante as investigações, vão aparecendo outros fatos que não estavam totalmente maduros para serem concluídos agora, mas que apareceram com testemunha ou com algum documento analisado e que vai ser melhor contextualizado em outras diligências”, acrescentou o delegado Gustavo Xavier, da 2a Delegacia Especializada na Investigação de Fraudes.