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O dinheiro da venda da Campestre II será utilizado pelo Cruzeiro para reduzir os passivos na Fifa, que preveem punições esportivas, como a proibição de contratar jogadores, a perda de pontos e, em último caso, o rebaixamento a divisões inferiores do campeonato nacional.
A Raposa já sofreu sanção ao não quitar junto ao Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, 850 mil euros (cerca de R$ 5 milhões) pelo empréstimo do volante Denílson, em julho de 2016. Em 19 de maio, a Fifa determinou que o time celeste comece a Série B do Brasileiro com menos seis pontos. Caso a pendência financeira persista, o clube estará sujeito a cair para a Série C.
Para evitar o agravamento dos problemas, a diretoria intensificou as negociações com os credores. Nesta quinta-feira (6), Sérgio Rodrigues divulgou acordo do Cruzeiro com o Spartak Moscou, da Rússia, para pagamento da contratação de Pedro Rocha, por empréstimo, em abril de 2019. O montante supera R$ 3 milhões.
Antes, o clube resolveu outras ações na Fifa. Em 28 de maio, pagou 600 mil euros (R$ 3,5 milhões) ao Zorya, da Ucrânia, pela compra dos direitos econômicos do atacante Willian, em julho de 2014. Em 10 de julho, foi a vez de se acertar com o Tigres, do México, pela aquisição de Rafael Sobis, em junho de 2016. Embora não revelado devido a uma cláusula de confidencialidade, o valor estava na casa de R$ 17,2 milhões. A Raposa obteve desconto dos mexicanos e abateu mais de 90% do passivo.
Há uma semana, em 30 de julho, Sérgio Rodrigues anunciou acordo com o Independiente del Valle, do Equador, para parcelar em 18 vezes a dívida da aquisição do zagueiro Kunty Caicedo, em dezembro de 2016. Segundo apurou a reportagem, a soma dos valores - considerando multas, juros e encargos - chega a R$ 10,2 milhões. As cifras não foram oficialmente confirmadas devido ao pedido de sigilo dos equatorianos.
Em reunião com conselheiros na segunda-feira (3), Sérgio também revelou que o Cruzeiro transferiu para o Unión Flórida, da Argentina, dinheiro de mecanismo de solidariedade da Fifa pela formação do centroavante Ramón Ábila. Além disso, o clube estima gastar R$ 2,3 milhões de custas processuais na entidade máxima do futebol. Com a resolução do caso de Pedro Rocha, a Raposa atinge mais de R$ 30 milhões em abatimento de dívidas por contratações.