Ex-vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado teve melhora no quadro clínico nesta quarta-feira. Apesar disso, ele ainda segue internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Madre Teresa, no bairro Gutierrez, em Belo Horizonte, com um quadro de infecção pelo novo coronavírus.
Hospitalizado na noite de terça, Itair reagiu bem à hidratação e ao uso de antibiótico para controle da infecção.
Ainda debilitado, o ex-dirigente do Cruzeiro está fazendo uso de oxigênio via cateter nasal. Por ser diabético, o hospital está atento ao controle de glicemia do paciente.
Itair também deu entrada no hospital com acidose metabólica, excesso de acidez no sangue caracterizada por uma concentração anormalmente baixa de carbonatos. Pacientes com diabetes e que não fazem tratamento desenvolvem esse problema.
Cruzeiro
Itair Machado deixou a vice-presidência do Cruzeiro em outubro de 2019, durante crise política, administrativa e financeira vivida pelo clube. Ele era o homem forte do futebol na gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá, que renunciou ao cargo após o rebaixamento do clube à Série B.
Wagner Pires de Sá, Itair Machado, o ex-diretor-geral Sérgio Nonato e o ex-diretor jurídico Fabiano de Oliveira Costa são investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Minas Gerais pelos supostos crimes de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos/falsidade ideológica, apropriação indébita e organização criminosa.
De acordo com o Ministério Público e a Polícia Civil, “o marco das investigações é a gestão iniciada em outubro de 2017”. Logo, a administração do ex-presidente Wagner Pires está sendo objeto de análise.
A maior conquista do Cruzeiro na gestão de Wagner foi a Copa do Brasil de 2018. O time celeste também ganhou duas edições do Campeonato Mineiro batendo o Atlético na decisão.
Legado de dívidas
Em maio deste ano, o Cruzeiro entregou um relatório com mais de 600 páginas ao Ministério Público. Trata-se de todo o trabalho desenvolvido pela Kroll, especializada em gestão de risco, investigações corporativas, compliance e cibersegurança. A empresa citou uma série de irregularidades, entre as quais os pagamentos de comissões polpudas a intermediários não cadastrados na CBF.
No último ano da gestão de Wagner Pires de Sá, o Cruzeiro apresentou um déficit recorde de R$ 394.100.974 em 12 meses, conforme levantamento realizado pela Moore Stephens Consulting News Auditores Independentes. Segundo os auditores, há 'incerteza significativa' quanto à 'capacidade de continuidade operacional do clube' celeste.
A dívida total no balanço de 2019 gira em torno de R$ 800 milhões. No fim da administração de Gilvan de Pinho Tavares, em dezembro de 2017, o passivo do Cruzeiro era de aproximadamente R$ 386 milhões.