O Cruzeiro teve suas contas bancárias bloqueadas por causa de um débito trabalhista com o volante Charles. O valor atualizado da dívida até abril deste ano era de R$610.800,84. Contudo, com os bloqueios realizados no mês de julho, a Justiça conseguiu encontrar, aproximadamente, R$557 mil nas contas da Raposa, valor inferior ao total do débito.
Em algumas das contas do clube foram encontrados valores expressivos, como R$231 mil. Mas em outras, havia valores baixos, de até R$11,53.
Os advogados de Charles pediram a manutenção dos bloqueios nas contas do Cruzeiro por tempo indeterminado, até atingir o valor total da dívida.
A contenda entre Charles e o Cruzeiro não é nova. O volante ajuizou uma ação contra o clube em maio de 2016 e as partes fizeram um acordo, no qual o Cruzeiro se comprometeu a pagar R$546.170,49 ao jogador, dividido em dez parcelas.
Porém, o clube atrasou o pagamento da terceira parcela e os advogados do atleta exigiram a cobrança do saldo remanescente, acrescido de multa de 40%.
A defesa do Cruzeiro reconheceu o atraso e pediu a realização de um novo acordo, alegando que “é público e notório que o clube atravessa sua pior crise financeira” e que “foi vítima de uma quadrilha que o saqueou”.
Entretanto, o juiz Alexandre Reis Pereira de Barros, da 43ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, não aceitou as alegações do clube e determinou o bloqueio judicial das contas celestes.
“A despeito das notórias dificuldades pelas quais está passando, trata-se de dívida antiga, de mais de ano (o processo originário é de 2016), tendo o executado já descumprido no mínimo dois acordos anteriores e vem, a todo momento, utilizando-se de vários subterfúgios e argumentos para não honrar sua dívida”, disse o magistrado em decisão proferida em junho deste ano.
Charles deixou o clube em 2015 e, atualmente, defende o Antalyaspor, da Turquia. Revelado na Toca da Raposa, Charles fez 141 jogos pelo Cruzeiro e marcou 14 gols.