No começo de agosto, tão logo Mano Menezes deixou o Cruzeiro por entender que seu ciclo já havia se encerrado, Lisca pensou que seria o nome ideal para unir o elenco e comandar uma reação no Brasileiro.
Só que a escolha do então vice-presidente de futebol Itair Machado foi fechar com Rogério Ceni, nome valorizado pelo sucesso à frente do Fortaleza. À época, Lisca estava desempregado. Seu último trabalho havia sido no Ceará, até abril, quando perdera a final do Estadual.
Mesmo sem conhecer a fundo o que ocorria nos bastidores da Toca da Raposa II, Lisca sentia que, naquele momento, tinha mais subsídios que Ceni para ajudar o Cruzeiro no Campeonato Brasileiro.
“E te confesso, pô, quando foi trocar ali e eles convidaram o Ceni, eu achei que, de repente, era um trabalho pro meu perfil, né? Um cara que já está mais acostumado, que vai integrar todo mundo. O Ceni veio com uma outra opção, né, de reformulação naquela hora e não era o momento, na minha concepção. Não criticando ninguém, mas ali você não tinha como liberar jogador por questão contratual, questão financeira. O Cruzeiro estava muito atrapalhado”, disse Lisca.
“Então, eu criei essa expectativa, mas não houve o convite já naquela primeira vez e daí rapidamente tirei da minha cabeça isso. mas não houve o convite do Cruzeiro não, nem do Atlético (em outra ocasião). A primeira vez agora, que eu tive o convite concreto (de Minas), foi do América”, contou Lisca em entrevista ao Superesportes.
À frente do Coelho, Lisca está invicto na temporada. Em 12 jogos, conquistou sete vitórias e cinco empates. No Estadual, o time é o líder, com 21 pontos, e único garantido nas semifinais. Na Copa do Brasil, passou por Santos do Amapá e Operário do Paraná. No primeiro duelo da terceira fase, ficou no 0 a 0 com a Ferroviária, em Araraquara. O clube mineiro aguarda a remarcação do jogo de volta, em BH.
Cruzeiro com Ceni, Abel e Adilson
Rogério Ceni comandou o time celeste em oito partidas na Série A de 2019, com quatro derrotas, duas vitórias e dois empates. O treinador ficou um mês e 15 dias no cargo, e acabou demitido em 26 de setembro por desgaste com parte do elenco.
Na reta final do Brasileiro, o Cruzeiro ainda foi dirigido por Abel Braga e Adilson Batista, mas nenhum deles conseguiu evitar o rebaixamento inédito à Série B.
Abel esteve à frente da Raposa em 14 partidas. Com ele, o time ganhou três jogos, empatou oito e perdeu três, com dez gols marcados e 11 sofridos. O aproveitamento foi de 40,7%. Já Adilson sofreu três derrotas nas três últimas rodadas do Brasileirão.
A entrevista
Lisca, técnico do América, concedeu entrevista exclusiva ao Superesportes e ao Estado de Minas. Na conversa, ele falou sobre o trabalho à frente do Coelho em 2020, a disputa da Série B, a reta final do Campeonato Mineiro, sua carreira e o futebol brasileiro. As reportagens serão publicadas ao longo dos próximos dias no portal e nas páginas impressas do EM.
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