A proximidade de 900 jogos pelo Cruzeiro foi assunto da entrevista concedida por Fábio aos canais oficiais do clube. O goleiro de 39 anos - completará 40 em 30 de setembro - está a 17 partidas da marca histórica, que deverá ser alcançada durante a Série B do Campeonato Brasileiro, prevista para começar em 8 de agosto.
Fábio iniciou a trajetória na Raposa há 20 anos, no primeiro semestre de 2000, quando jogou como titular na vitória sobre o Universal-RJ por 2 a 0, em 4 de março, no Mineirão. Três meses depois, em 9 de julho, era reserva de André no time que bateu o São Paulo de virada, por 2 a 1, também no Gigante da Pampulha, e faturou o tri da Copa do Brasil.
No segundo semestre de 2000, Fábio acertou com o Vasco e integrou o grupo campeão brasileiro como suplente de Helton. Quatro anos e meio depois, em janeiro de 2005, retornou ao Cruzeiro para não sair mais. Desde então, ganhou mais duas Copas do Brasil (2017 e 2018), dois Brasileiros (2013 e 2014), sete Mineiros (2006, 2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019) e inúmeros prêmios individuais, como o de melhor goleiro da Série A em 2010 e 2013.
“É difícil você ter uma dimensão da grandeza desse número. Quando eu retornei para o Cruzeiro eu pensava em jogar em alto nível e conquistar títulos, por isso a escolha que eu fiz em voltar para o Cruzeiro, dentre as outras equipes que se interessaram em mim. O Cruzeiro sempre foi a prioridade, porque eu vivenciei 2000 e antes do meu retorno (em 2005) eu vi aquela equipe de 2003 ganhando tudo. Eu já conhecia a estrutura, a história e meu objetivo era retornar um dia”, disse o camisa 1.
“E nesse retorno eu queria jogar em alto nível, mas nunca imaginei que poderia alcançar essas marcas. Via que era uma coisa muito difícil. Permanecer titular no Cruzeiro a cada ano é algo muito difícil. Estou muito perto dessa marca de 900 jogos, que era uma coisa inimaginável e Deus me deu essa oportunidade de se tornar real”, complementou o goleiro, que tem contrato até o fim do ano, mas deve renovar para ser titular no ano do centenário do clube, em 2021.
Quando alcançar 900 jogos pelo Cruzeiro, Fábio entrará para o seleto grupo que conta apenas com Rogério Ceni, do São Paulo (1.238), Pelé, do Santos (1.116), Roberto Dinamite, do Vasco (1.110) e Ademir da Guia, do Palmeiras (901). No Brasil, o goleiro celeste já deixou para trás Júnior, do Flamengo (876), Harlei, do Goiás (831), Wladimir, do Corinthians (805), e Waldomiro, do Internacional (803).
No mundo afora também é raro encontrar um jogador que tenha superado 900 partidas pela mesma equipe. São os casos do italiano Paolo Maldini, do Milan (902), e do galês Ryan Giggs, do Manchester United, da Inglaterra (963) - assim como o pouco conhecido zagueiro norte-irlandês Noel Bailie, que entrou em campo 1.013 vezes a serviço do Linfeld, maior time de seu país.