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Cruzeiro ajuíza ação contra ex-presidente; cartão corporativo também foi utilizado em casa de 'entretenimento adulto' em Porto Alegre

Revelação foi feita pelo novo mandatário, Sérgio Rodrigues, durante live

postado em 25/06/2020 17:40 / atualizado em 25/06/2020 18:05

(Foto: Igor Sales/Cruzeiro)
Presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues anunciou nesta quinta-feira, em live transmitida pelos canais oficiais, que o clube ajuizou ação de ressarcimento contra Wagner Pires de Sá, ex-mandatário que renunciou ao cargo em dezembro de 2019 após suspeitas de corrupção. 

“O Cruzeiro já ajuízou uma ação de ressarcimento contra um ex-presidente do Cruzeiro que gastou valores indevidamente no cartão corporativo para fins que, certamente, não tem nada a ver com o futebol. Esperamos que essa ação gere logo os frutos. Essa é só a primeira das ações”, informou o presidente.

Sérgio ainda revelou que o cartão corporativo do Cruzeiro foi usado pelo ex-presidente em uma casa de entretenimento adulto em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Uma série de reportagens do Superesportes mostrou, em abril, que o ex-presidente e seus diretores também estiveram em uma casa semelhante durante viagem a Portugal, em 2018

“Descobrimos até um pouco mais. Não foi só casa de entretenimento adulto em Portugal não. Descobrimos também em Porto Alegre, que foi usado indevidamente o cartão corporativo do Cruzeiro, coincidentemente um dia antes do jogo contra o Internacional. Tudo está anexado ao processo que corre em segredo de Justiça”, garantiu o presidente.

A farra dos cartões de crédito corporativos do Cruzeiro foi revelada em uma série de reportagens do Superesportes. Além dos gastos com casas de entretenimento adulto, Wagner e seus diretores usaram o dinheiro do clube para pagar férias na Bahia, lojas de departamento, clínica de estética, delivery de chopp, entre outros. Leia o conteúdo completo da série nos links abaixo.

As investigações

Ex-dirigentes do Cruzeiro - entre eles o próprio Wagner Pires de Sá, o ex-vice de futebol Itair Machado e o ex-diretor-geral Sérgio Nonato - são investigados por suposta participação em cinco crimes:  falsificação de documentos, falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

De acordo com o Ministério Público e a Polícia Civil, "o marco das investigações é a gestão iniciada em outubro de 2017". Logo, a administração do ex-presidente Wagner Pires de Sá está sendo objeto de análise.

Em maio, o Cruzeiro entregou um relatório com mais de 600 páginas ao Ministério Público. Trata-se de todo o trabalho desenvolvido pela Kroll, especializada em gestão de risco, investigações corporativas, compliance e cibersegurança. A empresa citou uma série de irregularidades.

No último ano da gestão de Wagner Pires de Sá, o Cruzeiro apresentou um déficit recorde de R$ 394.100.974 em 12 meses, conforme levantamento realizado pela Moore Stephens Consulting News Auditores Independentes. Segundo os auditores, há 'incerteza significativa' quanto à 'capacidade de continuidade operacional do clube' celeste.

Leia conteúdos da série 'Farra dos cartões':

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