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Cruzeiro ajuíza ação contra ex-presidente; cartão corporativo também foi utilizado em casa de 'entretenimento adulto' em Porto Alegre

Revelação foi feita pelo novo mandatário, Sérgio Rodrigues, durante live

Redação
Wagner Pires de Sá foi processado pelo Cruzeiro - Foto: Igor Sales/Cruzeiro
Presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues anunciou nesta quinta-feira, em live transmitida pelos canais oficiais, que o clube ajuizou ação de ressarcimento contra Wagner Pires de Sá, ex-mandatário que renunciou ao cargo em dezembro de 2019 após suspeitas de corrupção. 



“O Cruzeiro já ajuízou uma ação de ressarcimento contra um ex-presidente do Cruzeiro que gastou valores indevidamente no cartão corporativo para fins que, certamente, não tem nada a ver com o futebol. Esperamos que essa ação gere logo os frutos. Essa é só a primeira das ações”, informou o presidente.

Sérgio ainda revelou que o cartão corporativo do Cruzeiro foi usado pelo ex-presidente em uma casa de entretenimento adulto em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Uma série de reportagens do Superesportes mostrou, em abril, que o ex-presidente e seus diretores também estiveram em uma casa semelhante durante viagem a Portugal, em 2018

“Descobrimos até um pouco mais. Não foi só casa de entretenimento adulto em Portugal não. Descobrimos também em Porto Alegre, que foi usado indevidamente o cartão corporativo do Cruzeiro, coincidentemente um dia antes do jogo contra o Internacional. Tudo está anexado ao processo que corre em segredo de Justiça”, garantiu o presidente.



A farra dos cartões de crédito corporativos do Cruzeiro foi revelada em uma série de reportagens do Superesportes. Além dos gastos com casas de entretenimento adulto, Wagner e seus diretores usaram o dinheiro do clube para pagar férias na Bahia, lojas de departamento, clínica de estética, delivery de chopp, entre outros. Leia o conteúdo completo da série nos links abaixo.

As investigações

Ex-dirigentes do Cruzeiro - entre eles o próprio Wagner Pires de Sá, o ex-vice de futebol Itair Machado e o ex-diretor-geral Sérgio Nonato - são investigados por suposta participação em cinco crimes:  falsificação de documentos, falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

De acordo com o Ministério Público e a Polícia Civil, "o marco das investigações é a gestão iniciada em outubro de 2017". Logo, a administração do ex-presidente Wagner Pires de Sá está sendo objeto de análise.

Em maio, o Cruzeiro entregou um relatório com mais de 600 páginas ao Ministério Público. Trata-se de todo o trabalho desenvolvido pela Kroll, especializada em gestão de risco, investigações corporativas, compliance e cibersegurança. A empresa citou uma série de irregularidades.



No último ano da gestão de Wagner Pires de Sá, o Cruzeiro apresentou um déficit recorde de R$ 394.100.974 em 12 meses, conforme levantamento realizado pela Moore Stephens Consulting News Auditores Independentes. Segundo os auditores, há 'incerteza significativa' quanto à 'capacidade de continuidade operacional do clube' celeste.

Leia conteúdos da série 'Farra dos cartões':

Wagner Pires gastou quase R$ 14 mil em férias na Bahia com direito a hotel de luxo recém-inaugurado
Usando cartão do Cruzeiro, Wagner Pires gastou mais de R$ 75 mil com restaurantes, clínica de estética e até delivery de chopp
Ex-vice-presidente utilizou cartão corporativo do Cruzeiro para pagar conta de quase R$ 4 mil em restaurante chileno na Libertadores de 2018
Com cico meses de mandato, Wagner foi a Portugal e gastou mais de R$ 15 mil em cartão do Cruzeiro; quase R$ 2 mil só em loja de departamento
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