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CRUZEIRO

Ceni nega culpa em queda por trabalho no Cruzeiro e cita problemas com dirigente

Ex-treinador comentou passagem rápida pela Toca da Raposa II em 2019

Redação
Ceni disse que a parcela de culpa dele na queda do Cruzeiro foi seu bom trabalho no Fortaleza - Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro Rogério Ceni ficou afastado dos holofotes durante toda a pandemia. Desde que virou treinador, o ex-goleiro evita polêmicas e é sucinto quando tem a oportunidade de falar. No entanto, em entrevista ao UOL, o treinador do Fortaleza relembrou a curta e polêmica passagem pelo Cruzeiro no ano passado, citou o relacionamento com os atletas e as dificuldades com 'uma figura da diretoria' e afirmou que, se tivesse tempo, evitaria o rebaixamento da Raposa.



Ceni negou que seu trabalho na Toca da Raposa II tenha influência relevante na queda do clube para a Série B do Campeonato Brasileiro. Para o treinador o desempenho no Fortaleza foi mais decisivo para o resultado final. Ele ainda evitou criticar os atletas com quem trabalhou, mas apontou que alguns podem ter mágoas com ele e que um diretor próximo dos jogadores prejudicou o relacionamento.

"Minha parcela de colaboração para o Cruzeiro estar na Série B é o meu trabalho no Fortaleza, que tomou uma vaga entre os 16 primeiros. O Cruzeiro é ótimo para trabalhar, pela estrutura, CT, funcionários educadíssimos em todos os setores. Tem tudo de bom, e tem muito menino bom. Entre os mais experientes, o Henrique, que tem 34 anos, e é um exemplo de profissional, hoje está no Fluminense. O Rafael, que está no Atlético Mineiro. Não tenho nada a reclamar dos jogadores. É a vida. Fui atleta vivi isso tudo e não tenho o que reclamar", comentou

"Mas havia uma figura da diretoria que era o elo, que travava tudo, tinha muita amizade com os jogadores levava para um lado e para outro. Mas com todas as dificuldades e com os meninos da base, podendo fazer as alterações, tenho a convicção de que o time não iria para a Série B", complementou Ceni.

O treinador explicou que os problemas vividos com os atletas aconteceram por causa da dinâmica que tentou implementar na equipe e que isso faz parte do jogo. Ceni citou jogadores mais velhos e com menos mobilidade em campo para exemplificar que não poderia usá-los juntos se queria um time mais rápido.



"Eu não gosto de falar sobre os atletas, não costumo fazer isso. Vitórias e derrotas são parte do processo. Outro dia vi que alguns reclamaram que eu teria dito que determinados jogadores eram mais velhos. Eu trabalho com mais de 50% do elenco do Fortaleza acima dos 30 anos. A idade não é uma coisa que me faça escolher o jogador, ou não, mas sim o condicionamento físico e a capacidade técnica", disse.

"No Cruzeiro, tentei dar velocidade ao time, eu tinha o David, o Pedro Rocha e um jogador que não é tão velocista, mas taticamente era importante, o Marquinhos Gabriel. O que falei foi que não conseguiria colocá-los, todos juntos, em campo ao mesmo tempo, pois teria que fazer uma rodagem. Se eu coloco o Thiago Neves com o Fred e o Robinho, para meu estilo de jogo, mais agressivo e físico, não conseguiria fazer isso. Acho que eles ficaram um pouco magoados, mas faz parte da vida", definiu o ex-goleiro.

Ceni foi contratado em agosto de 2019 e pouco mais de um mês depois acabou demitido - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press Ceni foi contratado pelo clube mineiro em agosto de 2019 e pouco mais de um mês depois acabou demitido. Foram apenas oito jogos e duas vitórias, deixando o Cruzeiro na 16ª posição do Brasileirão. 



"Acho que foi um risco, não um erro, mas também um aprendizado. Tinha tudo para dar certo e o Cruzeiro não cair para a Série B, mesmo com todas as dificuldades financeiras e até com alguns atletas. Não deu e acabei voltando para o Fortaleza. Não pretendo mais sair", analisou. (Com Agência Gazeta)