O Cruzeiro criou uma comissão para analisar os contratos de jogadores das categorias de base depois da publicação de reportagens sobre nova irregularidade no vínculo com o garoto Estevão William, de 13 anos. Os sites Deus Me Dibre e UOL informaram nesta quarta-feira que o ex-vice-presidente de futebol Itair Machado cedeu 15% dos direitos econômicos do adolescente à empresa Estrela Sports Ltda, pertencente ao conselheiro do clube Fernando Ribeiro de Morais.
De acordo com o Cruzeiro, os trabalhos da comissão que investigará os atos da administração anterior já foram iniciados. Nos próximos 30 dias, o grupo verificará se há outros documentos em desacordo com as leis trabalhistas e desportivas. Em caso de ilegalidades, as tratativas serão rescindidas de forma unilateral e os responsáveis denunciados às autoridades competentes.
A própria cláusula 1.6 do acordo com Fernando Morais ressalta que o Cruzeiro precisa ratificar a validade assim que Estevão completar 16 anos. “Os direitos são partilhados em regime de condomínio de forma irrevogável e irretratável, desde que ratificados no momento da assinatura do primeiro Contrato Especial de Trabalho Desportivo a ser firmado entre atleta e Cruzeiro”.
O repasse dos direitos de Estevão William a terceiros não poderia ter acontecido. Primeiro, porque a Fifa determinou, em 2015, que apenas clubes e jogadores podem ter participação no “passe”. E também, conforme as leis trabalhistas, só é permitida a assinatura de contrato profissional aos 16 anos. Até lá, existe apenas o vínculo de formação, sem direitos federativos e econômicos.
Em maio de 2019, o programa Fantástico, da TV Globo, denunciou a cessão de 20% dos direitos de Estevão a Cristiano Richard dos Santos Machado, empresário do ramo de equipamentos de proteção individual. O motivo seria um empréstimo de R$ 2 milhões contraído na administraçãpo de Wagner Pires de Sá.
Com a repercussão do caso, o acordo acabou transformado em garantia de pagamento da dívida e, posteriormente, cancelado. Na tentativa de ser ressarcido, Cristiano processou o clube na 4ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte.
Com a repercussão do caso, o acordo acabou transformado em garantia de pagamento da dívida e, posteriormente, cancelado. Na tentativa de ser ressarcido, Cristiano processou o clube na 4ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte.
Leia a nota oficial do Cruzeiro:
Diante de nova denúncia de irregularidades envolvendo contrato com um garoto da base, aparentemente praticada por antigos gestores, o Cruzeiro Esporte Clube informa que instaurou uma comissão independente que analisará todos os contratos porventura arquivados e atrelados a jogadores da base”.
Os trabalhos da comissão já iniciaram e durante os próximos 30 dias o grupo deverá examinar e verificar se há documentos em desacordo com as legislações esportivas e trabalhistas. O Cruzeiro ainda destaca que, em caso de ilegalidades, as tratativas serão rescindidas unilateralmente e os responsáveis serão denunciados às autoridades competentes.