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Para honrar salários, Cruzeiro aceita vender Edu por valor inferior ao de oferta holandesa

Zagueiro de 19 anos será adquirido pelo Athletico-PR

Rafael Arruda Tiago Mattar
Edu será vendido pelo Cruzeiro ao Athletico por 2,5 milhões de reais - Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro
Com o objetivo de quitar uma folha salarial em atraso, o Cruzeiro aceitou vender o zagueiro Edu ao Athletico-PR por 500 mil dólares - cerca de R$ 2,5 milhões. O valor é quase 40% inferior ao montante ofertado há dois anos pelo PSV Eindhoven, da Holanda.



Investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público por suspeitas de corrupção, o ex-vice-presidente de futebol da Raposa, Itair Machado, foi quem deu detalhes à época sobre o interesse dos holandeses no futebol de Edu.

De acordo com o então dirigente, o PSV propôs comprar 70% dos direitos econômicos por 900 mil euros - R$ 4 milhões na cotação de 26 de julho de 2018. Na ocasião, Machado descartou a transferência e anunciou a renovação de contrato com o defensor até julho de 2023.

Edu subiu definitivamente ao grupo principal em 2020, quando o Cruzeiro iniciou a temporada com time recheado de jogadores jovens. Utilizado também como volante, ele participou de três partidas e marcou um gol - no empate por 2 a 2 com o São Raimundo-RR, em 13 de fevereiro, pela primeira fase da Copa do Brasil.



Assim que a negociação for concretizada, o Athletico-PR será detentor de 70% dos direitos do jovem de 19 anos, enquanto o Cruzeiro ficará com 15% em uma transferência futura. Os 15% restantes pertencem ao próprio atleta.

No fim de maio, o Furacão vendeu o zagueiro Robson Bambu ao Nice, da França, por 8 milhões de euros (R$ 47 milhões). Portanto, a fatia desembolsada para a aquisição de Edu corresponde a 5,3% da operação realizada com os franceses pelo jogador de 22 anos.

O alvo inicial do Athletico era Cacá, mas a transação não avançou porque o próprio atleta preferiu continuar na Toca da Raposa II. Os paranaenses estavam dispostos a pagar R$ 9 milhões à Raposa pelo zagueiro de 20 anos.



Graças às negociações de jogadores (R$ 133 milhões) e à premiação do título da Copa do Brasil (mais de R$ 64 milhões), o Athletico teve superávit de R$ 63 milhões em 2019, ao passo que o Cruzeiro, em situação bancarrota, contabilizou déficit de R$ 394 milhões no ano anterior e tem dívida total superior a R$ 800 milhões.