No entendimento de Fróes, chama a atenção a 'coragem' de Sérgio de conduzir o Cruzeiro neste momento crítico, com instabilidade política e principalmente uma dívida total de R$ 803.486.208. O balanço do exercício 2019, o último da gestão temerária de Wagner Pires de Sá, registrou déficit de R$ 394.100.974. No Brasil, nenhum clube jamais teve um prejuízo tão vultoso em 365 dias.
Este ano, mesmo com a redução drástica da folha salarial de funcionários e do departamento de futebol, o Cruzeiro voltou a atrasar o pagamento dos vencimentos.
Paralelamente, começam a bater à porta cobranças da Fifa de dívidas de anos anteriores com clubes do exterior. O Cruzeiro já perdeu seis pontos na Série B deste ano, que sequer começou, pelo débito de 850 mil euros com o Al-Wahda, dos Emirados Árabes, relativo ao empréstimo do volante Denílson, em 2016.
Na próxima sexta-feira, dia 29, o Cruzeiro terá de pagar R$ 11 milhões ao Zorya FC, da Ucrânia, pela compra do atacante Willian Bigode em 2014. Se não fizer o depósito, o clube será sancionado com a perda de mais pontos. Há ainda outras dívidas a pagar até o fim do ano.
Para Saulo Fróes, Sérgio Rodrigues merece apoio nessa tentativa de salvar o Cruzeiro, ainda que o mandato vá apenas até 31 de dezembro deste ano.
“A gente tem mais é que apoiar o novo presidente, esperamos que ele possa fazer uma administração voltada realmente para o Cruzeiro. E a gente está confiante nele, depositamos esperança nele, é um jovem, está com vontade. Eu gostaria de registrar um elogio a ele, pela coragem, porque ele sabe os números do Cruzeiro. Acho que é muito importante citar isso. Da nossa parte, nós o admiramos pela coragem e determinação, mesmo conhecendo os números expressivos da dívida do Cruzeiro. É uma situação muito difícil”, declarou.
“A gente quer parabenizá-lo acima de tudo, que ele possa fazer uma administração que reconduza o Cruzeiro ao seu lugar que ele merece”, acrescentou Saulo em entrevista ao Superesportes.
Silêncio sobre vitória de Pedrosa
Já em relação à eleição do Conselho Deliberativo, Saulo Fróes preferiu não tecer comentários sobre a vitória de Paulo César Pedrosa. O candidato eleito era presidente do Conselho Fiscal durante a gestão de Wagner Pires de Sá e não questionou os gastos abusivos.
Nessa quinta-feira, logo após sua vitória, Pedrosa chegou a questionar a Kroll, consultoria contratada pelo Conselho Gestor, pelo relatório que apontou irregularidades na gestão de Wagner (leia).
Fróes disse apenas que preferia a vitória de Gioavanni Baroni, segundo colocado no pleito com dez votos a menos que Pedrosa (112 a 102).
“Quanto à eleição do Conselho Deliberativo, pra nós a melhor opção seria o candidato Giovanni Baroni e os demais membros. mas como não foi possível, não gostaríamos nem de comentar sobre o assunto. Todo mundo aí conhece e sabe o que é melhor para o Cruzeiro”, respondeu Fróes, sem fazer menção a Pedrosa.
