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CRUZEIRO

Por dívida de 2016, Cruzeiro é punido pela Fifa e começará Série B com menos seis pontos

Raposa não pagou empréstimo do volante Denílson ao Al Wahda, dos Emirados Árabes

Humberto Martins
Volante Denilson defendeu o Cruzeiro em 2016 - Foto: Gladyston Rodrigues/EM.D. A. Press
Cruzeiro foi punido pela Fifa e começará a Série B do Campeonato Brasileiro com menos seis pontos na tabela por não ter pago o empréstimo do volante Denilson ao Al Wahda, dos Emirados Árabes, em 2016, no valor de 850 mil euros. A informação foi divulgada inicialmente pela Rádio Itatiaia e confirmada pelo Superesportes.



O clube ainda não foi oficialmente notificado pela entidade maior do futebol.

A dívida, que atualmente é de R$ 5,3 milhões, deveria ter sido paga até essa segunda-feira (18), mas não foi honrada. A decisão é definitiva e não é passível de recurso.

O Cruzeiro alegou que pego de surpresa pela punição imposta pela Fifa, uma vez que vinha tentando a postergação do pagamento em negociação com o Al Wahda.

Após a aplicação da pena de perda de seis pontos, o Cruzeiro terá, aproximadamente, 5 meses para quitar o débito, sob pena de sofrer sanção ainda mais grave, como o rebaixamento para a Série C do Brasileirão.

O volante Denilson foi contratado em 2016 por 850 mil euros e defendeu a Raposa entre julho e novembro daquele ano. Foram apenas cinco partidas com a camisa azul no Campeonato Brasileiro: Santa Cruz, Atlético, Botafogo, Vitória e Grêmio.


Clube justifica falta de pagamento

Em nota, a diretoria o Cruzeiro afirmou que o clube ainda não foi comunicado da decisão e que "está finalizando a negociação com o clube dos Emirados Árabes".

A cúpula estrelada justificou o não pagamento da dívida alegando que a iminente troca na direção do clube, a falta de receitas e a pandemia de COVID-19 dificultaram as negociações.

"As tratativas com o Al-Whada vinham se desenvolvendo positivamente nas últimas semanas, embora a troca iminente na direção do clube, com as eleições para presidente na próxima quinta-feira, 21, também tenham colaborado para dificultar as negociações. Outra dificuldade, além da falta de receitas da Raposa, que teve seus recursos ‘varridos’ na antiga administração, é o atual momento, com a pandemia da Covid-19, o coronavírus.



Estamos negociando com o Al-Whada e vamos seguir até o último minuto, aguardando um desfecho positivo, para que o Cruzeiro não seja penalizado com a perda de pontos", destacou a nota.

Veja abaixo a íntegra da nota emitida pelo Cruzeiro

O Cruzeiro Esporte Clube segue trabalhando firmemente para evitar as consequências do não pagamento ao Al-Whada de mais de 5 milhões da dívida pelo empréstimo do volante Denilson, contratado em 2016. O prazo venceu nesta segunda-feira, 18. E por causa deste processo, que não cabe mais recursos na Fifa, o clube celeste pode sofrer a punição de seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro. No entanto, a direção do Clube ainda não recebeu nenhuma comunicação oficial, e o Cruzeiro está finalizando a negociação com o clube dos Emirados Árabes.

As tratativas com o Al-Whada vinham se desenvolvendo positivamente nas últimas semanas, embora a troca iminente na direção do clube, com as eleições para presidente na próxima quinta-feira, 21, também tenham colaborado para dificultar as negociações. Outra dificuldade, além da falta de receitas da Raposa, que teve seus recursos ‘varridos’ na antiga administração, é o atual momento, com a pandemia da Covid-19, o coronavírus.

Estamos negociando com o Al-Whada e vamos seguir até o último minuto, aguardando um desfecho positivo, para que o Cruzeiro não seja penalizado com a perda de pontos. Estamos vivendo um momento de exceção, em que o mundo está sofrendo com as consequências desta crise com o Coronavírus. Todos sabem da falta de recursos do Cruzeiro e o Clube teve suas receitas ainda mais comprometidas pela situação de pandemia”, explicou Sandro Gonzalez, CEO do Conselho Gestor, falando sobre as negociações com o clube árabe.



“Vínhamos tentando um adiamento para o segundo semestre, mas os dirigentes do Al-Whada foram taxativos. Eles disseram que o processo corre há mais de quatro anos na Fifa e ninguém do Cruzeiro, nenhum dirigente neste período todo, procurou o Al-Whada para buscar um acordo. Eles disseram que se sentiram frustrados e descrentes, e que por isso não poderiam facilitar nada para o Cruzeiro neste momento. Nós explicamos a eles que o clube também foi uma vítima de tudo o que aconteceu nos últimos anos, que agora são outras pessoas que estão à frente da instituição, e que temos a total intenção de resolver. Já tínhamos tratativas avançadas desde a semana passada, e vamos fazer de tudo para evitar qualquer tipo de punição ao Cruzeiro”, ressaltou Sandro.

Os dois pré-candidatos à presidência do Cruzeiro foram comunicados sobre a situação deste processo na Fifa.