"Tudo é novo para todos. O que a gente tem de tentar é seguir os protocolos da saúde, dos especialistas, que têm um conhecimento muito maior do que nós, para que a gente possa fazer esse retorno da melhor forma possível, mantendo sempre uma distância de segurança, fazendo os exames necessários. À medida que a gente tiver essa possibilidade, a gente inicia com os trabalhos físicos primeiro. Na verdade, o primeiro passo é a avaliação física, para termos ideia de como esses atletas estão após mais de 60 dias (sem treinar)", afirmou Enderson, em contato com a TV Globo.
"A partir desse momento, a gente começa traçar um roteiro de atividades mais de forma individual, para ir avançando à medida em que as coisas forem melhorando um pouco", acrescentou.
Para Enderson Moreira, os trabalhos técnicos e táticos, que precisam de uma abordagem coletiva, serão o grande desafio dessa retomada. Ele usou o exemplo da Alemanha, que no último fim de semana retomou o Campeonato Alemão. O Cruzeiro marcou a volta aos treinos para quarta-feira.
"Esse vai ser, sem dúvida, um grande desafio. A gente precisa pensar em algumas alternativas. Já temos pensado em algumas formas de trabalhar. Alguns trabalhos podem ser executados. Outros, teremos que fazer adaptações. Se você me perguntar agora, hoje, como proceder, talvez eu não tenha uma certeza ainda. A gente precisa pensar mais, visualizar aquilo que já foi feito por aquelas equipes que estão retornando, principalmente na Alemanha. O futebol é um esporte coletivo. Se a gente for participar de jogos, os treinamentos terão de começar também com essas questões mais coletivas".
O treinador explicou o motivo de voltar aos trabalhos sem uma data prevista para a retomada do calendário do futebol brasileiro.
"A gente, de alguma forma, precisa iniciar os trabalhos, mesmo que essa parte das competições não tenha uma definição. Porque acho que faz bem para todos reiniciarmos esse trabalho de uma forma controlada, com proteção. É um momento de a gente também passar para todos que vamos ter de conviver com esse vírus por muito tempo. A gente, de alguma forma, tem de dar um exemplo de retorno, de continuidade. É um momento extremamente deprimente para todos. Você ficar em casa sem ter uma perspectiva, é terrível. Com segurança, respeitando as normas dos especialistas de saúde, a gente tem de alguma forma enfrentar essa pandemia. Para o atleta, é muito importante. Ele está acostumado a fazer atividade física todo dia, de uma forma muito intensa".