Em nota divulgada por meio das redes sociais, nesta quinta-feira, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deu nova atualização sobre as investigações envolvendo ex-dirigentes do Cruzeiro, acusados de corrupção durante a gestão de Wagner Pires de Sá.
O órgão admitiu que, embora não possa projetar uma data, admite concluir parcialmente os trabalhos, com ‘provas satisfatórias’, para, em seguida, dar andamento a novos trabalhos em diferentes fases.
O órgão admitiu que, embora não possa projetar uma data, admite concluir parcialmente os trabalhos, com ‘provas satisfatórias’, para, em seguida, dar andamento a novos trabalhos em diferentes fases.
“Apesar de limitações impostas pelo momento de pandemia do coronavírus, muitas análises estão sendo feitas a partir de material já existente, como documentos e informações obtidas em computadores apreendidos”, diz um trecho da nota.
“Não há como prever um término, mas trabalha-se com a ideia de uma conclusão parcial das investigações em relação a fatos em que a prova já seja satisfatória, prosseguindo-se em relação a outros fatos, em fases”, complementa.
“Não há como prever um término, mas trabalha-se com a ideia de uma conclusão parcial das investigações em relação a fatos em que a prova já seja satisfatória, prosseguindo-se em relação a outros fatos, em fases”, complementa.
O MPMG ressalta, no entanto, que as apurações são seletivas em alguns pontos. “Muitos fatos trazidos na representação, em notícias publicadas e em outras fontes, embora possam caracterizar irregularidades estatutárias e, até mesmo, ilícitos civis, fogem ao escopo dessas apurações”, diz outro trecho da nota (leia abaixo desta reportagem).
Recentemente, o Superesportes publicou uma série de reportagens revelando a farra dos cartões de créditos corporativos durante a última gestão. Wagner Pires de Sá utilizou o dinheiro do clube para viagens de férias, para pagamento em clínica de estética e com grandes marcas de roupas. Esses atos, no entanto, só poderão ser apurados e julgados internamente.
Entenda o caso
Desde o ano passado, a Polícia Civil apura denúncias contra a gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá por suspeita de falsificação de documentos, falsidade ideológicae lavagem de dinheiro.
Os escândalos no clube vieram à tona após matéria exibida no programa Fantástico, da TV Globo, em 26 de maio do ano passado. À época, foram divulgadas possíveis irregularidades em transações e valores superfaturados pagos a empresas prestadoras de serviço.
A denúncia mais grave era sobre um empréstimo de R$ 2 milhões contraído pelo Cruzeiro com o empresário Cristiano Richard dos Santos Machado, sócio de firmas que atuam na locação de veículos e de equipamentos de proteção.
Como forma de quitação do débito com Cristiano Richard, o clube, segundo inquérito da Polícia Civil, incluiu parte dos direitos de jogadores do profissional, como Raniel (5%), Murilo (7%), David (20%) - esses três já foram vendidos pelo clube -, Cacá (20%) e de outros que passaram pela base e foram negociados, casos de Gabriel Brazão (20%) e Vitinho (20%). O Cruzeiro ainda inseriu participação em futura venda do promissor Estevão William, de apenas 12 anos, que, pelas leis trabalhistas, só poderá assinar vínculo laboral a partir dos 16.
Outras operações apuradas pela Polícia Civil são os aumentos substanciais nos salários de dirigentes - casos do vice-presidente de futebol Itair Machado e do diretor-geral Sérgio Nonato -, a contratação de conselheiros para prestação de serviços (pessoa física e pessoa jurídica) e o pagamento a torcidas organizadas.
Vale lembrar que o Cruzeiro aumentou a dívida geral de R$ 384 milhões para R$ 520 milhões de 2017 para 2018.
Entre outros, são investigados o ex-presidente Wagner Pires de Sá, o ex-diretor jurídico Fabiano de Oliveira Costa, o ex-diretor-geral Sérgio Nonato e o ex-vice de futebol Itair Machado.