'Quebra de decoro' e 'chapa ilegal': pré-candidato ao Conselho do Cruzeiro protocola representação contra adversário, que se defende

Luiz alega que a chapa encabeçada por Sifuentes, uma das favoritas ao pleito de 21 de maio, é ‘ilegal’, uma vez que ele e Waldeyr de Paula, candidato à vice-presidência, concorreriam a mandatos que já renunciaram. Atualmente, Sifuentes é vice-presidente do Conselho Deliberativo e assinou, ao lado do restante da Mesa Diretora, em dezembro de 2019, ata em abrindo mão do mandato entre 1º de junho a 31 de dezembro de 2020.

Outros pontos da representação são possíveis ‘quebra de docoro’ e ‘ato antiético’ por parte de Sifuentes. Luiz acredita que o colega cometeu “falha de natureza grave” ao nomear comissão eleitoral para o pleito do Cruzeiro. "Transgredindo ao Estatuto e o Regimento Interno, pois atropelam prerrogativas do presidente, que cumpre quarentena, após ser acometido pelo covid-19, sem deixar de cumprir, em nenhum momento suas competência”, escreve no Luiz na representação obtida pelo Superesportes.

Dalai Rocha cancelou os atos de Sifuentes e criou, nessa segunda-feira, nova Comissão Eleitoral para o pleito do Cruzeiro. O ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares será responsável pelo grupo, que ainda tem os conselheiros Daniel Simões de Carvalho, Francisco Massara Fabrich, José Veloso Medrado e Robson Lucas da Silva. 

Sifuentes foi comunicado da representação pela secretaria do Conselho Deliberativo nessa segunda-feira, horas depois de registrar sua chapa à presidência do órgão. Ele terá dez dias para apresentar uma defesa ao Conselho de Ética, que produzirá um relatório ao atual mandatário, José Dalai Rocha. Luiz analisa que Dalai tomará a decisão final. Já Sifuentes interpreta que todo o Conselho Deliberativo precisaria votar possível impugnação de chapa.

Procurado pela reportagem, Sifuentes disse que ficou “perplexo” pelo teor da representação “inteiramente infundada”. “Vou responder no prazo de dez dias. São alegações infundadas e serão descartadas na defesa. São improcedentes. É claro que é direito dele apresentar isso, está assegurado, mas é inteiramente infundado”, disse. 

“O ato foi praticado no regimento interno, justifiquei aquele ato. Nossa candidatura é legítima, a chapa está respaldada no Estatuto. A gente fica insatisfeito, não precisaria disso. Mas volto a dizer de forma enfática: todos os pontos são infundados e isso será demonstrado no prazo que tenho”, complementou.

Por fim, Sifuentes avaliou que essa nova disputa acirra ainda mais os ânimos da política do Cruzeiro. “Seria dispensável. Acirra ainda mais os ânimos, sem dúvidas. Ainda mais que, ao que me parece, o representante também é candidato ao Conselho Deliberativo. Seria dispensável. Mas quem sou para penetrar no livre arbítrio de cada um. Vou seguir no meu objetivo de campanha propositiva, buscando consensos e o bem do Cruzeiro”, finalizou.

Eleições

As eleições para presidência do Cruzeiro e do Conselho Deliberativo foram confirmadas para 21 de maio. Elas serão realizadas de forma presencial, no Barro Preto, com autorização das autoridades de saúde em meio à pandemia de COVID-19. O clube seguirá protocolos rígidos para evitar disseminação do vírus.  

Até aqui, Paulo Sifuentes e Paulo Pedrosa já oficializaram candidaturas à presidência do Conselho. Luiz Carlos Rodrigues ainda realiza as últimas articulações antes de formar a chapa. Para presidência do clube, o único candidato a se posicionar oficialmente foi o advogado Sérgio Santos Rodrigues. O ex-vice-presidente Ronaldo Granata e o empresário Giovanni Baroni analisam participar do pleito.