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Ocimar fala sobre reunião com Adilson no Cruzeiro, admite preocupação, mas confia em melhora em desempenho e resultados

Em entrevista nesta sexta, diretor de futebol avaliou trabalho do treinador

Rafael Arruda
Ocimar Bolicenho detalhou a situação do técnico Adilson Batista - Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

O diretor de futebol do Cruzeiro, Ocimar Bolicenho, concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira, depois da apresentação do zagueiro Ramon. Um dos temas mais perguntados foi o futuro do técnico Adilson Batista, que esteve em vias de ser demitido do clube, mas teve a permanência definida após contatos entre integrantes do Núcleo Dirigente Transitório.



De acordo com Ocimar, em momento algum o departamento de futebol cogitou a saída de Adilson. Tanto que o treinador se apresentou normalmente para trabalhar na manhã de quinta-feira, dia seguinte à derrota para o CRB por 2 a 0, no Mineirão, pela terceira fase da Copa do Brasil.

“Não é nenhum segredo para vocês que todas as decisões do clube têm sido tomadas por um conselho gestor. Obviamente, o conselho gestor não dá expediente aqui durante todo o dia do futebol. Há apenas um integrante do conselho gestor, que é, na verdade, um interlocutor das decisões. Mas em momento algum o Cruzeiro falou em demitir o Adilson. Na verdade, isso veio de fora para dentro. Como isso aconteceu? É mais fácil quem soltou responder do que eu”, afirmou o diretor.

“Internamente, estivemos em reunião, Carlos e eu, sem nenhuma definição. A definição saiu por volta de 15h30, até porque o Adilson deu o treinamento de manhã. Após o almoço, com a divulgação das notícias, inclusive com a de um novo treinador, ele foi nos procurar. Até as 15h30 tivemos uma decisão do conselho gestor pela permanência do treinador”, completou.



Ocimar Bolicenho explicou que as conversas entre ele, Carlos Ferreira Rocha (interlocutor do conselho gestor com o departamento de futebol) e Adilson Batista aconteceu depois das notícias de que o comandante não permaneceria na Toca da Raposa II. “Só houve a reunião em virtude das notícias que saíram. Mas viemos trabalhar normalmente sem orientação para trocar treinador ou não”.

Em 11 jogos sob o comando de Adilson em 2020, o Cruzeiro ganhou quatro, empatou quatro e perdeu três. Nos últimos oito, venceu apenas o Uberlândia, por 2 a 1, pela sétima rodada do Campeonato Mineiro. A pressão em cima do trabalho do técnico se intensificou pelas derrotas para Atlético e CRB. Além de estar em situação crítica na Copa do Brasil - precisa vencer por três gols de diferença na casa do adversário para avançar à quarta fase -, a Raposa se encontra neste momento fora do G4 do Campeonato Mineiro (quinto lugar, com 14 pontos). Bolicenho considerou os dois tropeços como cruciais para o aumento das cobranças.

“É uma coisa bem boa de perguntar. Se não tivesse levado o gol aos 48 minutos contra o Atlético, estaríamos dois pontos à frente do Atlético. Realmente,  no campeonato estadual, a posição fora entre os quatro se vale pelo gol levado no último minuto. O que é válido, pois também ganhamos jogos no último minuto. Óbvio que não é a posição do Cruzeiro, que tem que disputar o Campeonato Mineiro na condição de ganhar. Dizer que estamos contentes, claro que não. Mas também não estamos desesperados, pois há três rodadas para terminar. Assim como a Copa do Brasil não terminou ainda, há mais 90 minutos a serem jogados. Se fizer uma avaliação hoje, é ruim. Antes do jogo do Atlético, era considerada regular”.


Preocupação


O dirigente admitiu preocupação com a falta de bons resultados, porém disse confiar em uma reviravolta, já que o clube segue no mercado em busca de reforços e há jogadores em fase de aprimoramento de ritmo em treinos e jogos - os zagueiros Ramon e Marllon e os volantes Jean e Ariel Cabral.

“Claro que preocupa. Quando não se ganha, a gente se preocupa. Mas e os instrumentos e as ferramentas que temos para mudar isso? Tem que ser avaliado também. Óbvio que estamos preocupados, mas estamos procurando o melhor para achar o caminho correto, que é o das vitórias”, encerrou Ocimar.

As duas próximas partidas do Cruzeiro serão determinantes para a sequência de Adilson Batista. No domingo, às 16h, no Independência, o time enfrentará o Coimbra, pela nona rodada do Campeonato Mineiro. Já na quarta-feira, às 21h30, será a vez de pegar o CRB, no duelo de volta da terceira fase da Copa do Brasil. Caso haja evolução notória da equipe, o treinador terá sobrevida no cargo. Porém, se o rendimento não for satisfatório, voltará a correr o risco de sair do clube.