Célio Elias lidera uma ala do Conselho Deliberativo composta por alguns membros da antiga Família União, base de apoio do ex-presidente Wagner Pires de Sá. O médico ainda não se decidiu se lançará uma chapa própria ou se buscará composição com algum dos candidatos definidos. Além de Sérgio Santos Rodrigues, Emílio Brandi, integrante do Núcleo Dirigente Transitório, concorrerá à presidência.
Ao Superesportes, Célio Elias disse que se reuniu com Sérgio Santos Rodrigues e que aguardava uma proposta de composição de chapa. “Reunimos com ele, foi um ótimo encontro. Eu pedi para ele fazer uma proposta e ainda estou aguardando. Vou também me reunir com o restante do meu grupo para ver que rumo vamos tomar. Estamos ainda naquela tentativa de unir o Cruzeiro, de acreditar que esse é o momento da união, que o Cruzeiro não suporta mais essas brigas políticas”, declarou.
No vídeo produzido em parceria com o deputado Léo Portela, Sérgio Santos Rodrigues descartou “alianças”. Até o momento, o candidato anunciou apenas o seu primeiro vice-presidente. Será o médico Lidson Podsch. A vaga para segundo vice está disponível.
“O que acontece é aquilo que a gente sempre falou: que o nosso grupo, a gente tem conversado com várias pessoas. Esse conselheiro, Célio Elias, ele é médico, assim como o meu vice-presidente, Lidson, é médico. Eles são colegas há muito tempo. Certa feita ele ligou para o doutor Lidson, que é meu vice, para poder conversar como que a gente estava, se a gente poderia conversar e falamos que poderíamos conversar. No nosso grupo não existe aliança, composição, e muito mais, desde 2017, quem me conhece, sabe, a gente não troca voto por favor. Tem que lembrar que em 2017 a gente perdeu eleição por 15 votos. Se eu tivesse prometido cargo, emprego ou pagado para alguém, a gente poderia ter ganhado a eleição, mas eu preferi de forma digna, por isso hoje fui alçado pelos meus pares, pelo grupo Transparência, como candidato à presidência do Cruzeiro. Quem vota na gente pelas ideias, pelas propostas”, declarou Sérgio.
Ainda de acordo com Santos Rodrigues, o nome do segundo vice será decidido em consenso com sua base. “Nós temos um grupo sólido que lançou a nossa candidatura. Então, nós estamos ouvindo esse grupo. Eu, por exemplo, jamais vou escolher o nosso segundo vice, Leo, se eu não ouvir o Pedro do BH, que é um grande patrocinador do Cruzeiro e é um apoiador da nossa campanha. Então, eu deixo até para o torcedor saber. Vocês acham que o Pedro vai apoiar alguém que tem ligação com isso? Jamais. Se ele prestou o apoio a nós, exatamente porque ele sabe da nossa lisura, da nossa conduta”.
Em mensagem enviada a grupos de Whatsapp nesta terça-feira, Sérgio Santos Rodrigues se queixou de que não foi ouvido pelo Superesportes na matéria que cita a reunião dele com Célio Elias. Na verdade, a reportagem enviou mensagem ao candidato às 17h54 de segunda-feira com pedidos de esclarecimentos sobre o encontro, mas não obteve resposta até a publicação da matéria, às 15h29 desta terça-feira (print abaixo). No texto enviado a Sérgio, o repórter Rafael Arruda buscava detalhes exatamente sobre a confirmação do encontro e sobre eventual proposta que poderia ser enviada a Célio Elias para uma composição. Santos Rodrigues não respondeu.
No texto enviado à sua base via Whatsapp, Sérgio assegura que não fará propostas a outros grupos em troca de apoio para a eleição de 21 de maio. “Assim, não procede que faremos proposta a qualquer pessoa de cargo para pedir apoio. Quem nos apoiar, como sempre, será pelas nossas ideias”.
No vídeo publicado com o deputado Léo Portela, Sérgio Santos Rodrigues sugere haver um complô contra sua candidatura. “Já respondi, já fiz até uma nota por escrito para circular também. Infelizmente, é a segunda vez que uma reportagem me cita sem sequer me ligar. Cita o meu nome sem me ligar, né? A gente já sabe as tendências que estão por trás disso, infelizmente. Vamos tomar as providências devidas em relação a isso”.
A primeira matéria a que Sérgio Santos Rodrigues se refere, na qual foi citado sem ser ouvido, falava do isolamento do seu adversário, Emílio Brandi, na política interna do Cruzeiro. À época, Brandi foi ouvido por ter sido criticado pelo ex-presidente Gilvan Pinho de Tavares e por outras lideranças. A reportagem relatava, por outro lado, que Sérgio tinha apoio de três ex-presidentes e largava na frente na disputa pela presidência.
Naquela mesma publicação, o Superesportes antecipou que o médico Lidson Podsch seria um dos vice-presidentes de Sérgio Santos Rodrigues, o que se confirmou dias depois.