“Difícil até de eu falar. Deixo o torcedor para falar a respeito. Mas sou um zagueiro de velocidade, que batalha bastante e luta pelas jogadas. Procuro ser um ‘zagueiro-zagueiro’”, afirmou o atleta, que se posiciona preferencialmente pelo lado direito e se juntará a Cacá, Arthur, Leo, Edu e Ramon como opções no elenco.
No Cruzeiro, o defensor de 27 anos receberá orientações de ex-jogadores da posição. O técnico Adilson Batista foi um zagueiro de boa condução de bola e qualidade para cabecear e cobrar faltas e pênaltis. Já o auxiliar Célio Lúcio, sem as mesmas virtudes técnicas, praticamente não subia ao ataque.
Pela Raposa, Adilson disputou 161 jogos e marcou 15 gols. Ele conquistou dois estaduais, em 1990 e 1992, e duas Supercopas, em 1991 e 1992. Por sua vez, Célio Lúcio balançou a rede duas vezes em 260 partidas, com oito troféus no currículo: Supercopa de 1992, Campeonatos Mineiros de 1992, 1994, 1996 e 1997; Copas do Brasil de 1993 e 1996; e Copa Libertadores de 1997.
“Foram dois zagueiros raízes, aqueles de verdade, que colocavam terror nos atacantes. Eu creio que o professor Adilson e o Célio têm ajudado bastante os mais jovens. Tem o Leo, que é bastante experiente. Conforme o tempo vamos acertando aqui e ali até alcançar o equilíbrio no início da Série B. Não tenho visto em termos de falha, mas creio que será uma defesa bastante sólida”, ressaltou Marllon, que também tem lembranças do Cruzeiro, mas como atleta das categorias de base.
“Passei por aqui no infantil e no juvenil, em 2008. Não estava tendo muitas oportunidades na época, daí apareceu algo do Rio, que é a minha casa. Acabei retornando ao Rio de Janeiro para voltar ao Flamengo”.
Marllon recebe camisa das mãos do diretor Ocimar Bolicenho e do integrante do núcleo gestor Carlos Ferreira - Foto: Juarez Rodrigues/EM D.A Press
O retorno à Toca, quase 12 anos depois, é uma espécie de gratidão. “Não tem como negar jogar no Cruzeiro. Fiquei feliz pelo convite quando apareceu, até porque em 2008 e 2009 eu passei pela base. Sou grato ao clube, que me deu toda a estrutura na época e me fez um vencedor e um homem que hoje sou. Espero dar alegria ao torcedor, ao clube e a todos que estão aqui torcendo por mim”.
Marllon enxerga a passagem pelo Cruzeiro como oportunidade de participar do processo de reconstrução do clube, que disputará a Série B em 2020, e para reerguer a própria carreira. “Quero reconstruir a história do clube e a minha. Não tive a sequência ideal, mas agradeço ao Corinthians. Aqui (em Belo Horizonte) é recomeçar”.
Se depender do próprio zagueiro, a estreia oficial dependerá exclusivamente de resolução da parte burocrática (registro do contrato no Boletim Informativo Diário da CBF), já que o condicionamento físico está adequado. “Estava treinando, tudo normal. Estou 100% fisicamente. Se o professor Adilson quiser contar comigo, estou à disposição”.
Natural do Rio de Janeiro, Marllon foi criado na comunidade do Sapo, no Bairro Senador Camará, próximo a Bangu. No futebol profissional, começou a carreira no Flamengo, em 2012. Depois, defendeu Rio Claro, Santa Cruz, Capivariano-SP, Atlético-GO, Ponte Preta, Corinthians e Bahia.
Como capitão do Atlético-GO, em 2016, Marllon cumpriu bom papel na Série B de 2016, tendo marcado dois gols em 36 jogos. Sua equipe conquistou o título com muita folga ao contabilizar 76 pontos, dez a mais que o segundo colocado Avaí. Em 2020, a expectativa é de repetir a dose no Cruzeiro.
“A gente fica triste (com o rebaixamento) pela história do clube, mas é o momento de reconstruir, levantar a cabeça e trabalhar bastante em 2020 para que a gente possa recolocar o clube na elite nacional”, encerrou o zagueiro.