A classificação é considerada muito importante não só por manter o time vivo na busca pelo hepta como também pela parte financeira. Se avançar, garantirá R$ 1,5 milhão pela participação na terceira fase, valor que corresponde a cerca de 70% da atual folha salarial da Raposa.
Os atletas sabem da situação financeira difícil que o clube se encontra. Desde que o Núcleo Dirigente Transitório assumiu, depois da renúncia do presidente Wagner Pires de Sá e outros membros da diretoria, em dezembro, a ordem foi cortar despesas e facilitar a saída de jogadores de alto salário ou repactuação de contratos. Com isso, os gastos caíram bastante, mas o time teve de ser reconstruído, o que dificulta buscar voos mais altos no momento.
“Todo dinheiro é bem-vindo, a gente sabe disso. Queremos reconstruir o Cruzeiro, estamos aqui para ajudar. Mas sabemos das dificuldades, estamos cientes que outros clubes tradicionais foram eliminados e estamos bem atentos”, afirma o volante Pedro Bicalho, referindo-se a equipes como Bahia e Sport, que caíram na primeira fase, e o Atlético, eliminado pelo Afogados da Ingazeira-PE na segunda.
Com apenas 18 anos, ele faz parte dos pratas da casa que ganham chance com a reformulação da equipe celeste. Se sobra vontade de vencer, às vezes falta tarimba a esses atletas, o que é compensando com a presença de atletas mais experientes, como o goleiro Fábio, o zagueiro Leo, o atacante Marcelo Moreno e o lateral-direito Edílson, que deve voltar ao time depois de cumprir suspensão no Estadual.
Assim, o Cruzeiro vem oscilando durante a temporada, tendo ficado quatro jogos seguidos sem vencer, incluindo o que quase custou a saída da Copa do Brasil logo na primeira fase. Já o triunfo contra o Uberlândia só foi possível porque Fábio pegou pênalti nos minutos finais. “Nossa campanha está sendo um pouco sofrida, mas isso está deixando nosso time mais cascudo, fazendo a gente evoluir mais, deixando todos nós mais experientes”, argumenta Bicalho, cujo gol que abriu o caminho do triunfo no domingo foi o primeiro no time principal.
A primeira partida do Cruzeiro em 2020 foi justamente diante do Boa, no Mineirão, pela primeira rodada do estadual. O jovem Thiago, de 18 anos, estreou no time principal marcando de cabeça, após cruzamento de Maurício. O velocista Welinton, também das categorias de base, fez o segundo gol da vitória cruzeirense por 2 a 0.
Pedro Bicalho falou sobre importância financeira da Copa do Brasil para o Cruzeiro - Foto: Paulo Filgueiras/EM D.A Press
A primeira partida do Cruzeiro em 2020 foi justamente diante do Boa, no Mineirão, pela primeira rodada do estadual. O jovem Thiago, de 18 anos, estreou no time principal marcando de cabeça, após cruzamento de Maurício. O velocista Welinton, também das categorias de base, fez o segundo gol da vitória cruzeirense por 2 a 0.
Reforços
Almejando avançar na Copa do Brasil, melhorar no Mineiro e, principalmente, se encorpar para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro, a diretoria continua buscando reforços. Ontem, o volante Jean, de 33 anos, iniciou exames médicos e, se aprovado, assinará contrato até o fim do ano emprestado pelo Palmeiras, com possibilidade de renovação por mais um ano.
“Dando tudo certo, tudo se concretizando, ficarei muito feliz e honrado em fazer parte desta reconstrução de um time tão grande como o Cruzeiro”, afirmou o jogador, que conversou com técnico Adilson Batista e também com o atacante Willian, atualmente no clube paulista, antes de aceitar a proposta celeste. “Só tenho boas notícias de BH. A adaptação vai ser rápida.”
Outro palmeirense que pode chegar à Toca da Raposa é o atacante Angulo. O colombiano de 20 anos não foi inscrito pela equipe paulista na Copa Libertadores e só precisa dizer sim à proposta para ser cedido por empréstimo ao clube mineiro. A diretoria ainda busca um “meia de ligação” e também pode contratar um lateral-esquerdo.
Para a zaga, Marllon, de 27, será emprestado pelo Corinthians até dezembro. Já Ramon, de 25 e que chegou a treinar com o grupo no início da pré-temporada, pode retornar com contrato menor que o firmado pela gestão anterior. Ele também atua como lateral-direito e volante.
Nessa terça-feira, Ariel Cabral foi reintegrado ao grupo. Ele ganhou licença para cuidar de problemas particulares na Argentina e também buscar outro clube, mas agora se condicionará fisicamente para ficar à disposição de Adilson Batista.
O adversário
Com ou sem Nonoca
O Boa vive dilema para o jogo decisivo contra o Cruzeiro, pela segunda fase da Copa do Brasil. O volante e armador Lucas Nonoca só pode ser escalado hoje se o clube de Varginha pagar R$ 500 mil à Raposa, que detém os direitos do atleta. Como a classificação garantirá R$ 1,5 milhão em cota na próxima fase, a diretoria avalia se vale à pena utilizar o atleta.
“Tenho que trabalhar e ver o que o treinador e a diretoria vão me passar. Eles falaram que estão analisando e vão fazer um negócio para eu jogar. Mas não sei dizer como vai ser. Se eu jogar ou não, a equipe está bem preparada e focada para o jogo. Todo mundo está confiante para fazer um bom jogo e sair com a classificação”, afirmou Nonoca.
Se ele não puder atuar, entra Gindre, recuperado de problema físico que o impediu de enfrentar o Atlético. Para chegar ao jogo de hoje, o Boa empatou por 1 a 1 com o Vilhenense-RO no jogo único da primeira fase, se beneficiando do fato de estar melhor posicionado no ranking da CBF para avançar.
BOA ESPORTE X CRUZEIRO
BOA
Renan Rocha; Yuri Almeida, Wesley, Henrique Moura e Ferreira; Caio César, Claudeci, Carlinhos e Nonoca (Gindre); Leo Goteira e Jefferson
Técnico: Nedo Xavier
CRUZEIRO
Fábio; Edílson, Arthur, Leo e João Lucas; Filipe Machado, Jadsom e Pedro Bicalho; Maurício, Everton Felipe e Marcelo Moreno
Técnico: Adilson Batista
Motivo: jogo único da segunda fase da Copa do Brasil
Estádio: Melão, em Varginha-MG
Data: quarta-feira, 4 de março de 2020
Horário: 21h30
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Assistentes: Michael Correia e Silbert Faria Sisquim (RJ)
TV: Globo e SporTV