Com problemas em todos os setores, Adilson aproveitará Carnaval para melhorar o desempenho do Cruzeiro

Carnaval é época de folga para a maioria das pessoas, mas para a comissão técnica do Cruzeiro será boa oportunidade para fazer balanço do trabalho realizado até aqui. A equipe vem oscilando de rendimento na temporada e algumas reflexões precisam ser feitas, ainda que todos os cruzeirenses saibam que é difícil cobrar dos profissionais em momento de reformulação e em que jogadores experientes ainda nem estrearam.

De qualquer forma, a derrota por 2 a 0 para o Tombense, na noite de quinta-feira, em Tombos, em jogo adiado da segunda rodada do Campeonato Mineiro, acendeu o alerta ao menos em parte da torcida. As cobranças recaem sobre o técnico Adilson Batista e jogadores como o atacante Roberson.

Depois de iniciar o ano com três vitórias, todas pelo Estadual, o Cruzeiro começou a tropeçar no clássico com o América, no qual ficou no 1 a 1, no Mineirão. Mesmo no jogo anterior, quando fez 4 a 2, de virada, no Tupynambás, em Juiz de Fora, foi com sofrimento, chegando a estar perdendo por 2 a 0.

Aliás, sair atrás no marcador foi a tônica nos últimos cinco jogos, no qual só venceu o time da Zona da Mata. Nos outros, além do empate com o Coelho, arrancou 2 a 2 com o São Raimundo-RR, suado, na estreia na Copa do Brasil, e 1 a 1 com o Patrocinense, em Patrocínio, no qual só chegou ao empate aos 49min do segundo tempo.

Ainda que o treinador peça paciência, os próprios atletas sabem que precisam melhorar. “Antes do jogo com o Tombense, a gente vinha conversando para não tomar gol, pois sair atrás deixar as coisas muito mais difíceis. O Tombense tem qualidade e soube aproveitar nossas falhas ali. Infelizmente, saímos com a derrota e agora temos de levantar a cabeça”, declara o atacante Judivan.

A defesa realmente vem deixando a desejar. Afinal, é um dos setores que tem mais jogadores experientes e/ou remanescentes do ano passado. São os casos do goleiro Fábio, do lateral-direito Edílson e dos zagueiros Cacá e Leo, além do recém-chegado lateral-esquerdo João Lucas. Além disso, os volantes têm qualidade, caso do também novato Filipe Machado e dos pratas da casa Adriano, que estava suspenso na quinta-feira, e Jadsom, além de Pedro Bicalho.

Para Adilson, o maior problema defensivo da equipe vem sendo a falta de atenção. “Os erros cometidos são o preço que se paga por ter um time jovem. Corremos atrás nos últimos cinco jogos, isso dificulta. É importante manter uma postura, você alerta, fala. Tinha consciência que pela formação teríamos algumas dificuldades e foi o que aconteceu. Na minha cabeça, prefiro que o time tenha a bola do que ter um jogador alto para neutralizar. Vim para ganhar o jogo, mas, por desatenção, pagamos um preço”, afirma o treinador, que não deixa de confiar no trabalho. “Se observamos os gols sofridos, são parecidos, em falhas nossas. Então, são detalhes que precisam ser corrigidos. E vamos fazer isso.”

Ataque Do meio para a frente, as coisas também não estão funcionando como desejado. O jogo com o Tombense foi o primeiro em que o time não marcou gol, mas já contra o Patrocinense houve muita dificuldade, com apenas três finalizações certas, mesmo número do jogo contra o América. Só em termos de comparação, contra o Tupynambás, na última vez que venceu, foram 10 acertos no alvo.

Isso faz com que nem os aliados poupem o Cruzeiro de críticas. “Pelo jeito, meu ano vai ser de estresse se o Adilson continuar! (...) Moreno vai passar seus apertos com o querido Adilson”, escreveu em uma rede social Emanuele Caroline Grando, mulher do atacante Jhonata Robert, que também criticou Roberson ao pedir o “cancelamento” do atacante.

O problema é que o próprio Jhonata Robert não esteve bem em Tombos. E ainda teve de pedir desculpas pelo comportamento da cônjuge. “Quero pedir desculpa à torcida do Cruzeiro pelo post feito pela minha esposa, ela acabou perdendo a cabeça e está arrependida por isso também, sei que ficaram chateados, por isso vim pedir total desculpa”, escreveu ele, também na rede social.