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Cruzeiro repudia declarações de Wagner sobre Dedé: 'Absoluta falta de respeito'

Em nota, atual gestão ressalta que ex-presidente não fala em nome do clube

Redação
Assessor diz que Dedé ficou chateado com declarações - Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro
Em nota oficial publicada nesta terça-feira, o Cruzeiro repudiou as declarações do ex-presidente do clube, Wagner Pires de Sá, sobre o zagueiro Dedé. Em vídeo que circula nas redes sociais, o ex-mandatário, sem perceber que estava sendo filmado, disse que o defensor estava ‘todo fodido’ e que recebeu mais de 'R$ 50 milhões sem jogar', nos períodos em que esteve lesionado. No comunicado, a atual gestão celeste expressou que os comentários de Wagner, desprovido de embasamento médico, não representam o Cruzeiro e desrespeitam o jogador. 



“O presidente em exercício, José Dalai Rocha, e o Núcleo de Gestores que administra o Cruzeiro Esporte Clube vêm a público manifestar repúdio às declarações do ex-presidente Wagner Pires de Sá divulgadas nas redes sociais nesta segunda-feira, 17, sobre o atleta Dedé, em absoluta falta de respeito ao jogador que defende o clube. Obviamente, o ex-presidente, que renunciou ao cargo em dezembro, não fala em nome do Cruzeiro Esporte Clube. Além disso, a opinião por ele externada não tem nenhum respaldo médico, pois se Dedé está apto a jogar pelo Cruzeiro, pode atuar em qualquer clube do mundo”, diz a nota. 

No vídeo, Wagner Pires de Sá aparenta sinais de embriaguez ao conversar com um motorista dentro de um carro. O ex-presidente afirmou que Dedé ganhou ‘R$ 800 mil’ mensais durante ‘um ano e meio’ em que ficou ‘parado’ e que o zagueiro não poderia ser vendido por estar “todo fodido”. 
 
"Como que você pega um cara ganhando R$ 1 milhão? O Dedé ficou um ano e meio parado, ganhando R$ 800 mil", disse Sá. Questionado pelo condutor do veículo onde estava se o salário era pago na íntegra, ex-presidente confirmou. "Claro. Não é igual INSS, que o cara fica doente e vai para o INSS ganhar salário mínimo. O time paga. Ele ganhou mais de R$ 50 milhões sem jogar. E se for vender, não vende. Primeiro que ele é todo 'f...', não passa no exame médico. O futebol brasileiro é este", afirmou. 



Pelo Twitter, o assessor de Dedé, Gustavo Henrique de Souza, disse que o jogador está chateado e vai se manifestar sobre o assunto posteriormente. "Dedé está chateado com as declarações do ex-presidente do Cruzeiro, porém tranquilo. No momento certo, o atleta vai se pronunciar, de forma clara e transparente, como sempre foi, sobre todos os assuntos relacionados ao clube que envolvem o nome dele”, garantiu. 

Dedé no Cruzeiro 


Dedé foi contratado pelo Cruzeiro em 2013, após se destacar pelo Vasco, por R$ 14 milhões. Ele está longe dos gramados desde o início de setembro, quando sofreu um trauma torcional no tornozelo direito em jogo contra o Internacional, pela semifinal da Copa do Brasil de 2019.  Na trajetória pelo clube, ele colecionou lesões graves nos dois joelhos. O zagueiro rompeu ligamentos e atuou em apenas 13 oportunidades entre novembro de 2014 e dezembro de 2017. Em 2015, não atuou em nenhuma partida; em 2016 defendeu o Cruzeiro em seis duelos, enquanto em 2017 foram sete compromissos.  Já em outubro de 2019, o jogador precisou passar por novo procedimento para retirada de um fragmento ósseo no joelho direito.

Atualmente, Dedé está liberado pelo Cruzeiro para resolver assuntos particulares no Rio de Janeiro. Em 10 de fevereiro, ele recebeu 30 dias de licença. A tendência é que o jogador não permaneça no clube para a temporada de reconstrução. Seus empresários tentaram negociá-lo com um clube da China, mas a negociação não avançou.  



Dedé, de 31 anos, disputou 188 jogos e marcou 15 gols pelo Cruzeiro. Apesar das várias lesões sofridas, o camisa 26  se mostrou imponente na bola aérea e na força física quando esteve em campo. Ele conquistou sete títulos: três estaduais (2014, 2018 e 2019), duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e dois Brasileiros (2013 e 2014).

Investigado


Wagner Pires de Sá e os vice-presidentes Ronaldo Granata e Hermínio Lemos renunciaram aos cargos no final do ano passado, após o rebaixamento do Cruzeiro para a Série B do Campeonato Brasileiro. O ex-dirigente é alvo de investigações que estão sendo realizadas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público por supostas irregularidades na gestão do clube entre 2018 e 2019.