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Adilson Batista avisa a quem deu as costas ao Cruzeiro e à Série B: 'Vão pedir para voltar e eu não quero'

Técnico abriu exceção apenas para o volante Henrique, hoje no Fluminense

(Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D. A Press)
A crise financeira e a queda do Cruzeiro à Série B provocaram um grande êxodo de jogadores da Toca da Raposa II. Alguns procuraram a Justiça para receber valores pendentes e rescindir seus vínculos unilateralmente. Outros buscaram acordos. Houve ainda os casos dos que descartaram simplesmente disputar a Segundona. A esses, o técnico Adilson Batista mandou um recado durante entrevista ao Superesportes.




Foi o caso, por exemplo, do lateral-direito Orejuela. Em dezembro, o colombiano teve metade dos direitos econômicos adquiridos pelo clube, por US$ 1,5 milhão, ao Ajax da Holanda. Apesar disso, ele informou à diretoria que não queria defender o Cruzeiro em 2020 para evitar uma desvalorização na Série B. O jogador alegou que estava sendo chamado para a Seleção Colombiana e poderia perder espaço ao jogar a Segundona.

A solução encontrada pelo Cruzeiro foi emprestá-lo ao Grêmio. “O senhor Orejuela não quer jogar a Série B. Ele não quer jogar”, comentou Adilson, com ar de reprovação.

Para outros jogadores do elenco que foi rebaixado em 2019, não apenas o critério Série B pesou, mas a recusa à readequação salarial. O zagueiro Dedé tomou a decisão de jogar em outro clube antes mesmo de a pré-temporada se iniciar. Só que, até o momento, ele ainda não se recolocou no mercado e terá que se reapresentar na Toca.

O meia Rodriguinho, por sua vez, só tomou a decisão de deixar o Cruzeiro após fazer dois jogos na temporada. Ele chegou a um acordo com a diretoria.

Adilson Batista abriu exceção apenas para Henrique
, volante que defendeu o Cruzeiro em 516 jogos. “Não, o Henrique saiu daqui triste. O Henrique, a gente precisa fazer uma placa para ele. Ele sofreu com pessoas erradas, estava triste com coisas erradas aqui no Cruzeiro. Eu pedi para ele ficar. Ele disse que precisava sair. Não é o Henrique (a quem eu me referi). Não mandei recado ao Henrique. Ele volta quando quiser. Bom caráter, comprou briga com alguns atletas aqui, que não estavam querendo ajudar o clube. É bom deixar claro. Eu cheguei aqui e vi muita coisa errada”, disse o treinador.


Recusas no mercado

O comandante revelou que o Cruzeiro também escutou alguns “nãos” no mercado de jogadores que poderiam aproveitar a oportunidade para vestir, de forma inédita, a camisa celeste. Para esses, as portas da Toca também estarão fechadas no futuro.

Eu estava atrás de um jogador, e ele disse que não queria jogar a Série B. Você acha que vou atrás desse jogador no ano que vem? É uma passagem nossa. Então, decisões você toma. E erra”, alertou.

Moral aos que ficaram

Ao mesmo tempo que rechaçou o comportamento dos que deram as costas ao Cruzeiro e à Série B, Adilson valorizou a postura dos que escolheram defender o clube. “Tem que elogiar o Leo, o Fábio, o Edilson que estava lá: ‘vamos acertar, vai ser importante’. Porque chegar lá e falar: ‘ah, vamos jogar a B, tem que ser cascudo…’. Tem que jogar futebol. Tem que jogar bola”.

O treinador também vê o momento do Cruzeiro como ideal para jovens mostrarem o seu talento no cenário nacional e internacional. “O Machado, que estou colocando, veio lá do São José-RS, ele joga a A, a B, a C, o Campeonato Português e vai jogar a Champions. Tem que jogar. É isso que eu penso de futebol. (...) Acho que oportunidade como essa, na situação em que o Cruzeiro se encontra, nunca mais vai aparecer para eles (jovens). Eles precisam agarrar e aproveitar”, concluiu Adilson Batista.

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