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CRUZEIRO

Último ato? Um mês antes de deixar o Cruzeiro, Wagner negociou 30% dos direitos de Alisson com o Grêmio por R$3,5 milhões

Mesmo em crise financeira, clube deu prazo e parcelou pagamento do Tricolor

Tiago Mattar Rafael Arruda Humberto Martins
Alisson recebeu, no mês passado, camisa em homenagem aos 100 jogos pelo Grêmio - Foto: Luca Uebel/Grêmio
Em 25 de novembro de 2019, portanto 27 dias antes de renunciar ao cargo, o ex-presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, assinou documento, obtido pelo Superesportes, em que confirmou a venda de mais 30% dos direitos econômicos do meia-atacante Alisson ao Grêmio. Esse percentual estava com valor fixado em R$ 3,5 milhões desde janeiro de 2018, na negociação que levou o jovem atleta, hoje com 26 anos, ao Tricolor. 



Naquela oportunidade, o Cruzeiro recebeu Edilson como moeda de troca e já cedeu 30% dos direitos de Alisson. Ou seja, o Grêmio hoje é detentor de 60% do percentual, tendo desembolsado R$ 3,5 milhões. A Raposa alega ter os outros 40%, mas enfrenta batalha judicial para provar sua tese, uma vez que o Ubaense, que descobriu o atleta no interior de Minas Gerais, garante ser dono de 30% dos direitos (leia mais abaixo).

Cruzeiro deu prazo e aceitou parcelar pagamento do Grêmio por Alisson - Foto: SuperesportesApesar da grave situação financeira vivida pela Raposa, o Grêmio pediu, e os mineiros aceitaram parcelar o valor da venda de Alisson em seis meses, a partir de janeiro de 2020. Por isso, o Tricolor realizou, no último dia 10, o pagamento da primeira parcela de R$ 583.333,33 em uma conta da Raposa no Banco Renner, patrocinador do clube. A segunda parte do pagamento está prevista para 10 de fevereiro e assim sucessivamente, até 10 de junho.

Vale lembrar que, na mesma negociação, em janeiro de 2018, o Cruzeiro cedeu 30% dos direitos do jovem Thonny Anderson ao Grêmio. Ainda fixou outros 20% do meia-atacante em R$ 500 mil, pagos pelo Tricolor em janeiro de 2019. Em resumo, o clube celeste recebeu R$ 4 milhões mais Edilson em troca de 60% dos direitos econômicos de Alisson e 50% de Thonny Anderson. 



Os dois meia-atacantes, sempre tratados como joias na Toca da Raposa I, se desenvolveram desde que deixaram o Cruzeiro. No início do mês passado, Thonny foi negociado pelo Tricolor ao Red Bull Bragantino, que pagou cerca de R$13,5 milhões por 35% dos direitos econômicos. Já Alisson se tornou titular absoluto da equipe de Renato Gaúcho. Pelo Tricolor, são 102 partidas e 17 gols marcados.

Ubaense na Justiça

Apesar de o Cruzeiro ter garantido - inclusive no negócio com o Grêmio - ser detentor dos outros 40% de Alisson, o Ubaense, clube da Zona da Mata Mineira, garante ser dono de 35% dos direitos. Na Justiça, o clube apresentou um documento de 26 de novembro de 2009, assinado pelo então presidente, Zezé Perrella, em que a Raposa reconhece ter apenas 65% (veja o trecho do documento abaixo). 

Dois trechos de documento assinado por Perrella em 2009, reconhecendo Ubaense como detentor de direitos de Alisson - Foto: Superesportes
Vale lembrar que o Ubaense é antigo parceiro do Cruzeiro. Principal ativo do elenco do clube na atualidade, o zagueiro Cacá também foi formado no clube da Zona da Mata, que detém 30% dos direitos econômicos do jovem.