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Reunião entre Cruzeiro e estafe de Éderson termina sem acordo

Partes vão se encontrar nos próximos dias antes de audiência na Justiça

Rafael Arruda Tiago Mattar
Última vez em que Éderson compareceu ao treino do Cruzeiro foi no dia 8 de janeiro - Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro
Terminou sem acordo a reunião entre a diretoria do Cruzeiro e o estafe do volante Éderson. As partes devem ter novo encontro nos próximos dias, antes da audiência oficial na Justiça marcada para quarta-feira, 19 de fevereiro, às 13h, na 1ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.



Embora ainda não tenha ocorrido uma definição com o Cruzeiro, Éderson dificilmente permanecerá na Toca, já que recebeu sondagens de clubes da Série A, como o Bahia, e entende que terá maior visibilidade para se transferir ao futebol europeu se disputar a primeira divisão em 2020.

O Cruzeiro também não deve colocar empecilho em uma negociação, mas só aceitará abrir mão de Éderson mediante compensação financeira e/ou participação significativa em uma venda futura.

Éderson processou o Cruzeiro por causa de atrasos em salários, direitos de imagem, 1/3 sobre férias, 13º, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e outras verbas trabalhistas. O valor de R$ 2.638.836,57 corresponde à íntegra do contrato, até julho de 2023.



Além do litígio com Éderson, a Raposa tem débito de R$ 1,275 milhão com o Desportivo Brasil pela aquisição de 50% dos direitos econômicos do atleta. Foram pagas apenas duas das 11 parcelas.

Em 2019, Éderson foi um dos poucos destaques na participação desastrosa do time no Campeonato Brasileiro - rebaixado à Série B em 17º lugar, com 36 pontos em 38 rodadas. Em 21 jogos na competição, o jovem de 20 anos marcou dois gols.

Contrato


Os salários de Éderson no Cruzeiro eram divididos em três partes: salário-base (50%), direitos de imagem (30%) e acréscimos remuneratórios (20%). O contrato previa aumentos progressivos até o encerramento: R$ 50 mil (jul/2019 a jul/2020); R$ 75 mil (jul/2020 a jul/2021); R$ 100 mil (jul/2021 a jul/2022); e R$ 120 mil (jul/2022 a jul/2023).



Conforme informado pelo Superesportes, um dos motivos que levaram Éderson a processar o Cruzeiro foi as dificuldades de honrar o compromisso de adquirir um apartamento em Belo Horizonte. Por causa dos atrasos, o atleta precisou a recorrer ao seu estafe para quitar parte do débito. Apenas no dia 10 é que o clube pagou parte da dívida.

A condução do caso de Éderson foi motivo de trocas de farpas entre Carlos Ferreira Rocha, interlocutor do Núcleo Dirigente Transitório com o departamento de futebol do Cruzeiro, e André Cury, um dos representantes do jogador. Chamado de persona non grata pelo dirigente, o empresário cobrou seriedade do clube (leia aqui).