O Cruzeiro sofreu para superar a retranca do Villa Nova e só marcou o gol da vitória aos 37 minutos do segundo tempo, após cruzamento de Marco Antônio e cabeceio do volante Wellington contra o próprio patrimônio. Depois da partida desta terça-feira, no Mineirão, pela terceira rodada do Campeonato Mineiro, o técnico Adilson Batista considerou que a equipe teve dificuldades na etapa inicial em função dos vários erros de passe. O ajuste da parte complementar foi concretizado graças à entrada de Welinton, jogador de velocidade, no lugar de Judivan, referência dentro da grande área.
“Em relação ao jogo, tivemos algumas dificuldades no primeiro tempo em função de erros de passe. Não encaixou, não aproveitamos o espaço que tínhamos alertado. Quando ela (bola) entrou, tomamos a decisão errada, o que acabou prejudicando um pouquinho o volume de jogo. Tive ideia de abrir dois no segundo tempo e deixar dois meias. Nós tivemos mais de 70% de posse de bola no segundo tempo, com volume melhor, Maurício chutando de fora da área, Maurício no cabeceio, Welinton rolando a bola para trás, enfim. O próprio Rafael chegando com o Caio, que entrou bem”, avaliou.
“O volume de jogo no segundo tempo foi melhor, independentemente de ter ou não a figura do 9. Hoje tivemos o Judivan e enfrentamos dificuldades. Não é questão de ter ou não o 9. A bola precisa chegar no lugar certo e no momento certo. Infelizmente no primeiro tempo nós erramos muitos passes. Foi o que cobrei no intervalo”, complementou o técnico.
Adilson indicou que nas próximas partidas do Campeonato Mineiro o Cruzeiro poderá começar jogando sem um homem de área para explorar movimentação e tabelas rápidas. Ele dará preferência a atletas dinâmicos, em vez daqueles à espera de algum cruzamento ou bola espirrada.
“Às vezes a gente precisa respeitar gosto. E eu gosto que jogue bola. Eu não gosto do paredão, de nego fincado, trombando, dando cabeçada. Tenho um estilo de jogo que acho interessante e vai proporcionar aquilo que eu entendo que seja melhor para o jogo. Tem que respeitar. Nada contra Judivan e Popó, mas é decisão. Primeiro jogo, entrei com Thiago. Estavam fechados, trabalhamos, teve o cruzamento e saiu o gol. São escolhas que o treinador tem que fazer. Acho que taticamente fomos melhores no segundo tempo”.
Por fim, Adilson tornou a pedir paciência aos torcedores que esperavam um triunfo mais tranquilo sobre o Villa Nova. Na visão do comandante, as dificuldades sentidas por jovens em fase de transição da base para o profissional compõem o processo de maturação. Nesta terça-feira, ele utilizou quatro garotos que disputaram a Copa São Paulo - o volante Jadsom, o meia Marco Antônio e os atacantes Caio Rosa e Alexandre Jesus.
“O torcedor não precisa desconfiar. É um time jovem, que no dia a dia e nos jogos vai apresentar dificuldades. O próprio jogo cria isso. Cabe a nós contribuir para o crescimento profissional deles. Melhorar o cabeceio, o toque de bola, a tomada de decisão, algumas situações de primeira bola que acabamos perdendo, a escolha de um companheiro melhor colocado. Isso vai acontecer, e a gente precisa entender. Quando eu disse ao torcedor que gostaria que tivesse a paciência do torcedor do Santos em relação a menos, é isso. Eles vão errar”.
Com a vitória sobre o Villa Nova nesta terça, o Cruzeiro chegou a seis pontos e manteve 100% de aproveitamento no Campeonato Mineiro. O próximo duelo será contra o Tupynambás, domingo, às 19h, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, em Juiz de Fora, pela quarta rodada.