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Torcedor do Cruzeiro cobra ex-presidente Wagner e pede dinheiro do clube de volta

Wagner responsabilizou seu antecessor, Gilvan de Pinho Tavares, pela crise financeira

Redação
Wagner Pires de Sá ouviu cobanças duras de torcedor do Cruzeiro no Barro Preto - Foto: Vinnicius Silva/CruzeiroEx-presidente do Cruzeiro que renunciou ao cargo em dezembro passado, Wagner Pires de Sá foi cobrado esta semana por um torcedor no Parque Esportivo do Barro Preto, em Belo Horizonte. Em vídeo que circula nas redes sociais, o ex-mandatário foi indagado sobre o sumiço de dinheiro no clube durante sua gestão.



Durante a abordagem, o torcedor exigiu que Wagner Pires de Sá devolva dinheiro ao Cruzeiro.

Gaguejando, Wagner responsabilizou seu antecessor, Gilvan de Pinho Tavares, pela crise financeira do clube.

Veja o diálogo a seguir:

Torcedor - Wagner, o que você e a turma vão fazer para devolver o Cruzeiro pra nós, cara?

Wagner Pires de Sá - Uai...

Torcedor - Uai, pelo amor de Deus, vocês pegaram, sumiram com o dinheiro todo do time. Sumiu. Sumiram com o dinheiro do time.

Wagner Pires de Sá - Não, já veio sem dinheiro, né? Veio do Gilvan, nós estávamos devendo 400 e tantos milhões.



Torcedor - Como é que que você me coloca o Itair (ex-vide de futebol) num negócio desse? Não, vocês, ao invés de jogar baralho, tinha que arrumar o dinheiro pro time de volta aí, viu? Dá o seu jeito aí, viu?

Wagner Pires de Sá foi eleito para o triênio 2018/2020, mas renunciou ao cargo em dezembro do ano passado após uma onda de protestos da torcida motivada pelo rebaixamento do Cruzeiro à Série B e pela séria de denúncias contra sua gestão. 

Além do presidente, o ex-vice-presidente de futebol Itair Machado e o ex-diretor-geral Sérgio Nonato são investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público por supostos crimes de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica. 

O ex-diretor jurídico Fabiano de Oliveira ainda é investigado pela Polícia Federal.

Em dois anos, a gestão de Wagner Pires de Sá fez contratos suspeitos com investidores, agentes de atletas, jogadores e mais que dobrou sua dívida. Análises contábeis feitas pelo Núcleo Dirigente Transitório, responsável pela administração até a eleição marcada para maio deste ano, mostram que os débitos podem chegar a R$ 1 bilhão.



Paralelamente às investigações da Polícia Civil e do Ministério Público, o Cruzeiro estuda maneiras de pleitear dos ex-dirigentes a devolução de recursos e também a responsabilização criminal, civil e desportiva pelos danos causados à instituição.

Desde que a Wagner e seus homens de confiança deixaram o Cruzeiro, a cobrança por parte de torcedores nas ruas se tornou rotina. O ex-diretor-geral Sérgio Nonato já passou por duas situações de apuros em bares de Belo Horizonte.