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CRUZEIRO

Justiça indefere pedido de rescisão liminar do contrato de Éderson com Cruzeiro

Volante tenta se desligar do clube por causa de atrasos em salários

Leopoldo Siqueira Rafael Arruda
Justiça negou pedido de Éderson para rescindir contrato com o Cruzeiro - Foto: Alexandre Guzanshe/EM D.A Press
A juíza Ana Luiza Fischer Teixeira de Souza, titular da Vara do Trabalho, indeferiu o pedido de rescisão de liminar do contrato do volante Éderson com o Cruzeiro. Com isso, o jogador de 20 anos seguirá vinculado ao clube pelo menos até a audiência agendada para 10 de fevereiro, às 8h30. Antes disso, é possível a realização de um acordo, seja para permanência ou saída do atleta.



No despacho, a magistrada argumentou que o caso de Éderson não é urgente, visto que a janela de transferências se encerra somente em 16 de abril, e que o Cruzeiro precisa ter tempo para apresentar a sua defesa. A juíza também negou o pedido dos advogados para que o processo corresse em segredo de Justiça.

“Quanto ao pleito de rescisão indireta, em sede de tutela antecipada de urgência, a despeito de ser público e notório que a reclamada vem, reiteradamente, descumprindo suas obrigações, considerando a dinâmica de trabalho da 1ª Vara Trabalho de Belo Horizonte, com a possibilidade de célere marcação de audiência já para o dia 10/02/2020, na qual, após a apresentação de defesa por parte da reclamada, será possível a utilização de mais elementos de convicção para subsidiar a decisão e, considerando ainda, que pela própria alegação autor, a janela de transferências só se encerrará em 16 de abril, depreende-se que o requisito de urgência não se encontra, por ora, configurado, sendo mais adequado aguardar a apresentação de defesa pela reclamada e a realização da audiência inicial antes de tomar uma decisão que, pela sua própria essência, pode tomar ares de definitividade, sem que, com isso, se prejudique o eventual direito do obreiro”.

Nesta sexta, o Cruzeiro pagou quase a metade do valor que devia a Éderson. Conforme apurado pela reportagem, o meio-campista havia feito um compromisso de adquirir um apartamento em Belo Horizonte. Como o clube atrasou o salário, precisou a recorrer a um de seus empresários, André Cury, que lhe emprestou R$ 150 mil.



No processo contra o Cruzeiro na 1ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, Éderson cobrava cerca de R$ 2 milhões. A quantia corresponde aos salários e verbas trabalhistas em atraso, além das remunerações pendentes até o encerramento de seu contrato, em julho de 2023.

Éderson tem 60% dos direitos econômicos ligados à Raposa, que pagou R$ 1,25 milhão ao Desportivo Brasil, de São Paulo. Ele foi um dos poucos destaques na participação desastrosa do time celeste no Campeonato Brasileiro - rebaixado à Série B em 17º lugar, com 36 pontos em 38 rodadas. Em 21 jogos na competição, o volante marcou dois gols.

Além de Éderson, o Cruzeiro enfrenta cobranças judiciais do zagueiro Fabrício Bruno, do meia Thiago Neves e do atacante David. Já os laterais-esquerdos Dodô e Egídio, os volantes Henrique e Jadson, o meia Marquinhos Gabriel, e os atacantes Pedro Rocha, Joel e Ezequiel deixaram o clube.