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Dívida do Cruzeiro sobe para R$ 800 milhões, e Conselho Gestor tenta reduzir custos

Saulo Fróes, presidente de Núcleo Dirigente Transitório, pede apoio da torcida

Redação
Herança da gestão de Wagner Pires de Sá, dívida do Cruzeiro superou R$ 800 milhões - Foto: Leandro Couri/EM D.A Press
O Núcleo Dirigente Transitório informou que a dívida geral do Cruzeiro, anteriormente estimada em R$ 700 milhões, atingiu a casa de R$ 800 milhões. A declaração é de Saulo Fróes, presidente do conselho gestor, em entrevista ao site oficial do clube.



“Tínhamos um orçamento que no ano passado era de 350 milhões e agora caiu para 80 milhões. Em resumo, é uma situação muito complicada. E a cada dia que passa nós temos uma surpresa, com contratos fora da realidade, que prejudicam o Cruzeiro e nos colocam em uma situação de vulnerabilidade. As dívidas, que inicialmente estavam orçadas em 700 milhões, hoje já ultrapassaram 800, e ainda não é um número preciso, porque a cada hora vão aparecendo mais coisas”.

Fróes afirmou ainda que o núcleo gestor tem cobrado com frequência o andamento das investigações da Polícia Civil sobre os casos de corrupção protagonizados pela administração do ex-presidente Wagner Pires de Sá e do ex-vice-presidente de futebol Itair Machado. As principais suspeitas são de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica.

“Mas doa a quem doer. Todas as irregularidades que foram cometidas na gestão passada serão levadas à justiça e o Cruzeiro está aberto para as autoridades a qualquer hora. Este conselho gestor não compactua com nenhum tipo de irregularidade. Estamos cobrando das autoridades, para saber do andamento dos processos”.



O dirigente também pediu o apoio dos torcedores na fase mais difícil da história do Cruzeiro, que em 2020 disputará a Série B do Campeonato Brasileiro. Ele espera que o novo programa de sócio possibilite aos adeptos celestes colaborarem para a recuperação financeira e moral da agremiação.

“Temos que ser realistas. A nossa prioridade hoje é dar condição para que o clube consiga sobreviver, para depois almejar algo mais lá na frente. Estamos iniciando um processo longo de reconstrução, a retomada de uma instituição gigantesca como o Cruzeiro”, disse Fróes.

“O torcedor é a peça mais importante neste processo para ajudar na reconstrução do clube e ele precisa acreditar nisso: é difícil, mas o Cruzeiro vai se reerguer. O programa de sócios já está em fase bem adiantada, vamos lançá-lo nos próximos dias, e estamos estudando outras maneiras também para que o torcedor consiga ajudar o Cruzeiro”, completou.



Corte de gastos


Entre as principais ações da nova diretoria do Cruzeiro estão as demissões de 98 funcionários, entre CLT (pessoa física) e PJ (prestador de serviço). A economia estimada até agora é de R$ 25 milhões ao ano. O clube ainda venderá 50% da frota de veículos, restando somente os essenciais, e tentará melhorar a rentabilidade com imóveis.

Crescimento da dívida


Em 2017, Gilvan de Pinho Tavares deixou o Cruzeiro com dívida geral de R$ 383 milhões. Em 2018, primeiro ano da gestão Wagner Pires de Sá, o passivo subiu para R$ 520 milhões. No segundo ano, ultrapassou R$ 800 milhões - um aumento de 110% em relação ao início do mandato. Entre várias investigações, a Polícia Civil apura aumentos substanciais em remunerações e superfaturamento em contratações e intermediações e prestações de serviços.

Pendências com jogadores


Além de sofrer queda no orçamento de R$ 350 para R$ 80 milhões, o Cruzeiro lida com vários meses de atrasos em salários, direitos de imagem, férias, 13º, FGTS e demais verbas trabalhistas. Alguns jogadores tentam a rescisão na Justiça, como o zagueiro Fabrício Bruno, o volante Éderson, o meia Thiago Neves e o atacante David.