O Cruzeiro marcou para sexta-feira reunião com os representantes do zagueiro Ramon. O jogador assinou um pré-contrato com o clube em novembro, na administração do ex-presidente Wagner Pires de Sá. Conforme apurado pelo Superesportes, o salário oferecido ao atleta supera o teto de R$ 150 mil estipulado pelo Conselho Gestor.
Em meio ao imbróglio, Ramon se juntou aos novos companheiros nesta quarta-feira e treinou pela manhã na Toca da Raposa II. Ele tem 24 anos e defendeu o Vitória nas últimas seis temporadas. Em 2019, disputou 32 jogos na Série B, sendo 31 como titular. No geral, esteve em 209 partidas, com quatro gols marcados.
Caso a diretoria chegue a um acordo com os empresários André Cury e Francisco Godoy, Ramon reforçará um setor que deve perder peças. Fabrício Bruno, por exemplo, tem negociações avançadas com o Bragantino. Já Dedé recebeu sondagens de clubes da Série A, entre os quais o Vasco.
Os outros zagueiros do grupo cruzeirense são Leo, Manoel, Cacá, Edu e Arthur - este último retornou à Toca depois de período de empréstimo no Estoril, de Portugal.
Com relação a Ramon, o Vitória tinha o interesse em prorrogar o seu contrato, porém não houve acordo entre as partes. O salário dele girava em torno de R$ 50 mil. Além do rubro-negro, o zagueiro jogou por Bahia de Feira de Santana e Maccabi Tel Aviv, de Israel.
Apesar de não ser um jogador vigoroso fisicamente, Ramon tem como pontos fortes a boa saída de bola e a qualidade na antecipação. Tais características o credenciaram a ser aproveitado como volante em 2017. Por vezes, colaborou também como lateral-direito.
Quem acompanhou Ramon no Vitória acredita que ele poderá ser útil no Cruzeiro. "É um cara que nunca teve o perfil de xerifão. Mas tem bom desarme e técnica, podendo até jogar de volante", relata Vitor Villar, do jornal Correio, de Salvador. "É um cara com potencial. Teve altos e baixos no Vitória, mas todos os treinadores gostavam dele", comenta Marcello Góis, da Rádio Excelsior e do site Arena Rubro-Negra.
Se conseguir reduzir as cifras do pré-contrato com Ramon, o Cruzeiro dará sequência ao processo de reformulação do grupo para enxugar gastos. O objetivo é trabalhar com folha salarial de no máximo R$ 5 milhões na Série B.
Na campanha do rebaixamento em 2019, o clube tinha despesa mensal de R$ 15 milhões com jogadores, o que resultou em vários meses de atraso nos pagamentos e aumento da dívida geral para R$ 700 milhões.
Leia a nota oficial do Cruzeiro:
O Cruzeiro Esporte Clube esclarece que o atleta Ramon, que até a última temporada defendia o Vitória, assinou um pré-contrato com o Cruzeiro em novembro de 2019, em negociação conduzida pela antiga gestão do Clube.
Dessa forma, a atual diretoria do Cruzeiro está analisando a documentação e já tem uma reunião agendada com os representantes do atleta para esta sexta-feira.