Em processo de reestruturação do elenco, o Cruzeiro informou nesta terça-feira que a diretoria teve “boas conversas” com quatro jogadores experientes: o goleiro Fábio, os zagueiros Manoel e Dedé e o volante Ariel Cabral. Segundo o clube, os atletas compreenderam a delicada situação financeira de momento e tiveram “alternativas apresentadas” caso não queiram permanecer na Toca II.
Saiba mais
Do grupo, Fábio é o que tem maior identificação com o Cruzeiro, pelo qual joga ininterruptamente desde 2005, além de passagem rápida no primeiro semestre de 2000. O goleiro de 39 anos disputou 871 jogos e conquistou 11 títulos: sete estaduais (2006, 2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019), duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e dois Campeonatos Brasileiros (2013 e 2014).
Dedé, de 31 anos, defende o Cruzeiro desde abril de 2013, quando foi contratado ao Vasco com o auxílio de investidores por R$ 14 milhões. Zagueiro rápido e bom na bola aérea, ele marcou 15 gols em 188 jogos e ganhou sete títulos: três estaduais (2014, 2018 e 2019), duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e dois Brasileiros (2013 e 2014). Por várias vezes, demonstrou gratidão ao clube em razão da assistência prestada durante as sucessivas lesões nos joelhos, sofridas entre 2014 e 2017.
Nesta terça-feira, os dois empresários de Dedé, Ubiraci Cardoso e Giuliano Aranda, estiveram na Toca para conversar com o diretor de futebol Ocimar Bolicenho e o supervisor administrativo Benecy Queiroz sobre o futuro do zagueiro. “O perfil dele é esse, né?! É grato com o clube”, disse Ubiraci. “É uma história bonita, de quase sete anos. Não é agora, em uma situação difícil, que será diferente”, complementou Giuliano.
Empresários de Dedé, Ubiraci Cardoso e Giuliano Aranda estão na Toca II. No intervalo de uma reunião com a diretoria do Cruzeiro, eles responderam rapidamente alguns questionamentos dos jornalistas pic.twitter.com/b5cML4yFj7
Manoel também tem troféus pela Raposa: Mineiro de 2018, Copa do Brasil de 2017 e 2018 e Brasileiro de 2014. Em 150 partidas, balançou a rede sete vezes. Em contato com o Superesportes nesta terça-feira, o empresário Neco Cirne disse que seu cliente aceitaria até mesmo uma redução salarial, embora não descarte uma transferência para fora do país.
“Não há qualquer possibilidade de o Manoel acionar o Cruzeiro na Justiça e ele está disposto a diminuir salário. A redução (de salário) não é um problema. Mas temos que ver, inclusive, o que é melhor para o Cruzeiro. Não necessariamente seria uma permanência. Temos duas consultas, estamos também de olho no mercado europeu. Vamos ver”.
Já o argentino Ariel Cabral, de 32 anos, tem chance de se tornar o estrangeiro com mais jogos pelo Cruzeiro - desde que permaneça no grupo em 2020. Com 176 partidas, ele está a 13 de ultrapassar o uruguaio Arrascaeta, que participou de 188 jogos de 2015 a 2018. Na Toca desde agosto de 2015, Cabral celebrou quatro títulos: os Mineiros de 2018 e 2019 e as Copas do Brasil de 2017 e 2018.
Negociação entre Grêmio e Edilson esfria
Autorizado pelo Cruzeiro a buscar outro clube, o lateral-direito Edilson não chegou a um acordo com o Grêmio e, por ora, as negociações esfriaram. A informação divulgada pelo site Globoesporte foi confirmada pelo Superesportes. Embora o tricolor gaúcho queira contratar mais um atleta para a posição, não há um consenso se o camisa 2 cruzeirense é o nome ideal.
Entretanto, as conversas não estão encerradas. Pesa a favor de Edilson a boa relação com o técnico Renato Gaúcho, com quem manteve contato nos últimos dias. Em 2016 e 2017, o lateral-direito se sagrou campeão da Copa do Brasil e da Copa Libertadores pelo Grêmio. Ele disputou 76 partidas e marcou cinco gols.
Outras situações
O Cruzeiro já deixou praticamente encaminhado o destino de quatro jogadores. O lateral-esquerdo Egídio e o volante Henrique vão defender o Fluminense, enquanto o meia Marquinhos Gabriel irá para o Athletico-PR. Já o zagueiro Fabrício Bruno terá parte dos direitos econômicos vendidos ao Red Bull Bragantino. O clube ainda lida com ação judicial do meia Thiago Neves, que cobra R$ 16 milhões por causa de falta de pagamento de salários, direitos de imagem e outras verbas trabalhistas.